domingo, 27 de novembro de 2022

Filosofia chinesa...

Opostos em integração
não bipolares
pois não se alternam
só coexistem
como cabeça e coração

Sol e Lua
escuro da noite
claro do dia
trajada ou nua
tristeza ou alegria

Equilíbrio de razão e loucura
que destinos e amores mistura
antagonismos em harmonia
de forças e energia

Ligações passageiras
superficialidades banais
elos de vidas inteiras
mergulhos geniais

Fúria ou calmaria
intuição ou sabedoria
verso e reverso
ansiedade e euforia
igual ou inverso
dual como a poesia…

sábado, 19 de novembro de 2022

“Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”, Antônio Carlos Belchior

Esse rabisco eu estava devendo para mim. Mas só quis fazê-lo agora, sem dramas ou baixo astral, na boa, de modo catártico, numa espécie de hora da virada. Que confesso para vocês que eu nem bem sabia se um dia iria acontecer. Talvez devesse ter confiado mais em Deus e no meu histórico de superação. As sequelas físicas foram ruins, mas os traumas psicológicos foram punks. Aí vai o cronista de nosocômios...

Isso aconteceu em março do ano passado. Lá estava eu, derrubado, no box do banheiro, com meu currículo de atleta e tudo. Buscava ar e ele não vinha, do jeitinho que o genocida imitou na TV. Lembram? Quem estava do meu lado viu. E me ajudou!  Só que eu morri. Por 17 dias. Só não me perguntem como é o lado de lá. Decepção meus caros leitores, não me lembro de absolutamente nada. Branco total, memória apagada. Igual os computadores do Alvorada pós-eleição. Bom… eu prometi!

Renasci ainda chapado. Mesmo fora do coma, mas ainda na UTI, não sei o que foi verdade ou alucinação. A enfermeira bonita que encostava no meu rosto enquanto eu dormia. Os dois enfermeiros que tagarelavam enquanto um trocava o meu respirador e o outro a sonda da urina. Aliás eu detestava os dois, o respirador e a sonda. A reunião de pelo menos meia dúzia de médicos encapuzados em volta de mim falando coisas em javanês e me olhando como se eu fosse um ET. Talvez tivessem razão.

Naquele momento tudo parecia real, como meu desespero em ver o Xan ser abatido a tiros pelos seguranças do Nove de Julho quando tentava me resgatar, com sua moto voadora, do quinto andar do prédio. Eu tinha certeza de que era refém do hospital. Pode ser que até fosse, mas no terceiro subsolo. Andar blindado e isolado da UTI Covid. E o meu filho me garantiu que nunca andou de motocicleta voadora.

A bronca nos meus rebentos por não entrarem para me ver e ficarem conversando pela “janelinha” do estacionamento que, segundo minha moribunda concepção arquitetônica, ficava ao lado da UTI. Aquela que mal sabia eu ficava nas profundezas da batcaverna. Na verdade, eles estavam em casa e, por videoconferência, foi o primeiro "papo'' com o pai deles depois de 30 dias. Eles lembram de tudo que falei, eu só da "janelinha".

Eu me recordo é de ter falado com o Márcio, meu colega de BB, global officer, chique né!?, do Grupo Ímpar, controlador do hospital Nove de Julho, para negociar com o CEO do conglomerado a minha liberação do cativeiro da Peixoto Gomide. Vocês pensam que é fácil a vida de rabisqueiro, metido a cronista e poeta, na UTI? A usina não para!

Sim, foram muitas alucinações. Mas certas coisas de fato aconteceram. Como a minha queda da maca na porta do elevador da UTI. Enquanto o enfermeiro só virou as costas para mexer em não sei o que eu me levantei da maca, me apoiei nela, rodinhas destravadas, e caí sentado no chão. Ele de fato deu uma bobeada, mas nada que justificasse a admoestação que levou do hospital. Depois, já consciente, eu ouvi dele várias vezes que quase perdeu o emprego por minha causa. Zombetereismo dele à parte, aliás por isso eu o adorava, ele levou uma grande bronca dos meus “sequestradores”.

Depois desse episódio eu algumas vezes fui amarrado. Sim, pelos pulsos à grade da cama. Relaxem, com forte sedação associada. É procedimento padrão para refém inquieto. Aliás, isso deu origem a outra alucinação. Eles pensavam que me derrubavam com a sedação. Ledo engano, eu me lembro bem de ter falado para uma amiga do BB, que não sei o porquê apareceu, toda de branco, seca e penteada, na tela do meu monitor de sinais, para que ela pedisse aos caras para me desamarrar.

Outra “dura” da chefe, dela, levou a enfermeira que, já eu no quarto e consciente, me deixou ficar em pé sozinho, parado mesmo do lado da cama. Foi por insistência minha, bem-feito caí! Aliás ganhei com essas travessuras a pecha de irrequieto e rebelde. Olha que injustiça! Só faltava a Dona Genoveva ressuscitar ali também para falar “esse moleque tem bicho-carpinteiro”

Enfim, pro cabra que não tinha ar, morreu e ressuscitou barbarizando o nosocômio e depois, ao melhorar, não respirava sem aparelhos, não parava em pé, dormia com bota para neuropatia pós-covid, tomava banho sentado, usava fraldas e voltou a andar de andador, aquele troço pra colocar TV em cima, o que são os 18,4 minutos que o separam, provisoriamente, da sua melhor marca dos 10K? Oxi!

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

O Egito, o avião e o Bruxo…

Esse foi psicografado. O rabisco veio em 15 minutos. Se não ficou bom reclamem com o além! É bem verdade que Egito e avião me trazem recordações. Acho até que hoje uma linda egípcia deve ter se lembrado de um petista atrevido que numa noite das arábias invadiu o espaço aéreo dela. E pousou junto com ela! Como percebem o tal petista dela se recordou. Lá vai então o cronista aéreo…

É certo, também, que a coluna do Reinaldo Azevedo no UOL ajudou na crônica. Eis a transcrição de parte da matéria do Reinaldo: Apontem o tipo penal no qual incidiu Luiz Inácio Lula da Silva ao aceitar a carona no jatinho do empresário José Seripieri Filho, na viagem ao Egito, para participar da COP27, e talvez eu possa indicar algum caminho para que o presidente eleito responda por seu... Por seu o quê? Não havendo nada disponível no Código Penal, tentem a Lei da Improbidade Administrativa tão logo se descubra o cargo público ora exercido pelo petista e por que a viagem, por si, evidenciaria ser ele um homem ímprobo. Quem sabe se deva evocar a Lei 1.079, que pune crimes de responsabilidade... Coragem, valentes! Vistam uma camiseta amarela, caiam de joelhos, evoquem os demônios golpistas e proponham o impeachment de Lula antes da posse. Nem seria assim tão original — afinal, em 2018, ele foi, de modo muito particular, cassado antes mesmo de ser eleito.... O destaque sublinhado é por conta deste rabisqueiro.

Este trecho acima foi reproduzido da coluna de hoje do jornalista no UOL intitulada “Com questão fiscal e jatinho, quem tem “mau começo” é a imprensa, não Lula”. Feitos os justos, legais e merecidos créditos, ao que me parece a questão da viagem são águas passadas, ou seriam nuvens passadas? Enfim jatinho no chão vou seguir, por terra, para Sharm El Sheikh. Com certeza minha pilota predileta saberia a exata pronúncia.

Sem querer aborrecer meus bem-informados leitores, mas só a título de contextualização, destaco que a tal da COP27, não confundamos com a Copa da PJ Tite, Sonegador & Cia. Ltda. no Catar, é a 27ª sessão da Conferência das Partes, promovida pela Organização das Nações Unidas. O evento, realizado desde 1995, reúne os líderes de praticamente todos os países globais. Nos últimos anos, as COPs resultaram em alguns dos acordos mais importantes da história, como o Acordo de Paris, na COP21, e a criação do mercado global de carbono, na COP26.

Agora há pouco tive a oportunidade de ouvir, na íntegra, o pronunciamento de Lula no Egito. E como é bom termos um presidente de novo. Aliás, o Luiz Inácio inaugurou uma nova duração de mandato. De quatro anos e dois meses! Mas deixemos a piada de lado, senão algum rezador de muro de quartel dirá que por já ter iniciado seu mandato o Bruxo cometeu a tal da improbidade administrativa pela carona. Mas para esse bolsonarista eu parafrasearia o erudito filósofo Barroso: “perdeu Mané, não amola!”

Mas afinal de contas, o passado, futuro e presente presidente brasileiro mandou ver na COP. Falou de desmatamento, clima, desigualdades sociais, fome e cobrou os ricos! O Bruxo enfeitiçou Sharm El Sheikh, gostei desse nome!, e fez chover. Depois de 7 mil anos de civilização o Egito revê o renascimento da fênix…

sábado, 12 de novembro de 2022

O Mercado e o pobre do “teto”

O finado e ótimo Tim Maia, mago de lucidez embriagante, disse certa vez que “este país não pode dar certo. Aqui prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme, traficante se vicia e pobre é de direita”. Quem vai dizer que o síndico está errado, né Benjor? Não há o que por nem tirar ou deixar fora da frase! Nem a escada do rico, o pobre de direita!

Aliás é impressionante o expressivo número da espécie nas terras tupiniquins, pobres de direita por aqui gorjeiam aos montes. Pendurados em capôs de caminhões, cantando hino nacional para pneu furado, rezando em muros de lamentações de quartéis, fazendo ninho para obstruir rodovias, assembléias de rua para comemorarem a prisão do Xandão ou marchando embaixo de chuva sob o efeito de cloroquina. Pois aceitar o resultado das eleições nem a Cássia… Kis!!

E agora, diante da fala do recém eleito presidente, os “destros pauperis”, em solidariedade ao deusmercado vieram esbravejar sobre temas como teto de gastos e responsabilidade fiscal. É muito domínio do assunto, muita empatia com milionário! A verdadeira cruzada dos perus em defesa da ceia de Natal.

Sem querer dar aula de economia nem doutrinar ninguém, mas fazendo… Pensemos!! Independente de correntes neoliberal ou desenvolvimentista, para o pobre, tem ou não mais lógica um estado de maior participação e gastando mais na economia para corrigir os efeitos da concentração absurda de renda? A responsabilidade fiscal não deve levar em conta a responsabilidade social de um governo? 

Aí é difícil até fazer piada! A inacreditável falta de memória, inteligência e incrível suscetibilidade à manipulação, pela elite, da “destros pauperis”. Ô espécie! Senão vejamos nos 14 anos de governo do PT se deu o maior resgate de brasileiros da miséria e fome, impulso ao desenvolvimento econômico, educacional, em saúde e social das classes mais pobres. Isso tendo conseguido no governo Lula o “grau de investimento”, espécie de selo de bom pagador e de credibilidade para investidores pelas agências de rating. Essas são, em outras palavras, as “avaliadoras” ouvidas pelo deusmercado.

Aí vem a balela da corrente neoliberal de falar que estado forte com maior participação na economia e sem teto para gastar é sinônimo de corrupção e cabide de emprego!! Ah é? No Brasil ou em Portugal? Lá com governo socialista o povo vai bem obrigado! 

Aqui estamos saindo de 4 anos de um governo de extrema direita, com o estado mínimo do privatista do Pato Guedes e corrupção máxima do Clã bolsonaro e de seus cabides milicianos, evangélicos, e das áreas da saúde, educação, etc. Que deixam como saldo orçamento secreto de R$ 16 bilhões, rombo de R$ 400 bilhões, inflação em alta, 33 milhões de brasileiros famintos e 700 mil mortes por ação direta de um genocida.

Desculpem! Agora vou tomar meu chá de boldo… Ou quiçá um bom vinho italiano? Avanti Palestra, o campeão máximo sem teto de títulos!

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

O maior campeão do Brasil, a “minha” seleção das Perdizes!

Adoro futebol. Mas mesmo às véspera do inicio da Copa do Mundo meu ano futebolístico acabou. Aliás, em grande estilo hendecacampeão brasileiro! Isso para os aficionados de verbetes de origem grega. Para os amantes da origem latina das palavras é undecacampeão. Verdão também é cultura! E liderança. Pois dos 11 troféus brasileiros esmeraldinos quem chega mais perto são o Santos e o Flamengo com 8 títulos cada um. Isso se considerarmos a controversa Copa União de 1987 conquistada pelo time da Gávea. Não quero entrar nessa discussão, então dei o caneco nacional daquele ano para o Flamengo.

Mas nada obstante minha paixão palestrina considero que a principal conquista deste ano foi aquela obtida com o título eleitoral, agora em 30.10.2022. Numa só tacada derrotamos a seita seguidora do genocida, os alienados e os “isentões”, que diga-se de passagem são tão maléficos quanto o primeiro grupo. Só um bruxo carismático e estrategista para derrotar tanta coisa ruim ao mesmo tempo. E olhe que do lado lá teve todo tipo de falcatrua e armação, de revolver inclusive, desde compra de voto com dinheiro público até a “proibição” dos eleitores do concorrente do capitão votarem. Né PRF?

Dia desses rabisquei por aí que ganhar roubado é triste mas perder roubando é deprimente. E ainda não aceitar o resultado do seu roubo. O que falta para esse bando? Proibir o direito de ir e vir das pessoas. Ah desculpe, não falta nada! Bom, esse é um rabisco esportivo então calarei “democraticamente” o cronista político para dar vez ao cronista esportivo. Afinal este rabisqueiro político tem dado muito as caras ultimamente. Sujeito chato e briguento!

O Palmeiras hoje ao lado do Flamengo detém a hegemonia do futebol brasileiro. Senão vejamos de 2018 para cá, o Verdão levou o Brasileirão de 2018 e 2022 e a Libertadores de 2020 e 2021 e o time carioca levantou o caneco nacional em 2019 e 2020 e a Liberta em 2019 e 2022. Sem contar o Brasileirão do Palmeiras de 2016 e a Copa Brasil de 2015 e 2020. Ah, o Mengo levou a Copa do Brasil agora de 2022. De “intruso” aí só o Galo, com seus “mecenas” esportivos, com o Brasileiro e a Copa do Brasil de 2021.

Além da melhor estrutura profissional, econômica e financeira, ao lado do rubro negro, o alviverde possui a mais bonita e bem localizada arena esportiva da América Latina. Exagero de palmeirense? Quem a conhece sabe que não. A Arena não é do Palmeiras, dizem as más e desinformadas línguas. Errado, acreditem em mim!

Mas fica para outro rabisco falar sobre cessão do direito de superfície, por tempo determinado, do Clube à WTorre para reforma e administração da Arena, com bilheteria rateada e escalonada, também durante este período contratual, entre a construtora e o Palmeiras, de shows musicais e apresentações do Verdão, shows também né? (rs)  Ao final do contrato tudo volta ao maior campeão do Brasil. Este rabisqueiro participou, quem diria, da estruturação da operação financeira para WTorre pela Diretoria de Mercado de Capitais do Banco do Brasil. Mas afinal esta é uma crônica esportiva, política ou econômica?

Enfim voltando ao final do calendário futebolístico de 2022, para este torcedor, peço desculpas aos meus pacientes leitores, e respeito os entusiasmados, mas não consigo torcer para essa seleção de sonegador, bolsonaristas e isentos, ainda patrocinada pela CBF (Casa Bandida do Futebol) que até bem pouco tempo era presidida por um assediador sexual de funcionárias. Quem sabe na próxima Copa do Mundo, mas nessa serei um Ciro Gomes. Pronto, o camarada tinha que enfiar política no meio da história! Ou no final…

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

O bolsonarismo pré e pós bolsonaro...

Dia desses ouvi num podcast a seguinte análise: “o bolsonarismo já existia no Brasil antes de bolsonaro, só era disfarçado, a diferença que bolsonaro deu voz e representação para essa gente”. Bingo! Perfeito, concordo em gênero, número e grau! E digo mais: o bolsonarismo tinha outro nome, mau-caratismo! Por isso estava escamoteado.

Essa reflexão me veio depois de que várias pessoas me perguntaram se o rabisco intitulado “O estranho mundo dos cidadãos de bem”, de autoria deste que vos escreve, era mesmo de 2019. Pois eu o repostei agora em 10.2022 e a primeira postagem no instagram era de 06.2021. Sim a crônica foi parida e blogada em 09.2019, e o tal cidadão de bem já tinha botado suas manguinhas de fora.

No Brasil, racismo, hipocrisia religiosa, machismo, homofobia e preguiça intelectual, vocês que pensaram burrice!, são marcas, costumes e preconceitos arraigados em nossa sociedade. Historicamente. E serviram de base para o grande lance da elite tupiniquim. O capital e a riqueza concentrada pode não gerar inteligências mas manda “comprá-las". Daí surgiu o grande plano de manipulação de massas. Ainda se fosse para fazer uma pizza de pepperoni!

Os governos do PT e seu programa de distribuição de renda, resgate de 36 milhões de brasileiros da miséria absoluta, acesso da classe pobre à universidade, à saúde, à educação e às poltronas dos aviões não foram bem vistos pelos ricos. E quando falo ricos, falo detentores dos meios de produção e de grandes fortunas, portanto sossega aí dono de Renegade comprada em 180 parcelas. Não estou falando de você! Essa ascensão das classes pobres incomodou tanto a elite que seu prostituto ops ministro da economia chegou a esbravejar, publicamente, contra a ponte aérea de empregadas domésticas até a Disney. Onde se viu isso! Ainda mais porque o chefe dele, era um Pateta ao alcance de todos!

Mas as cabeças inteligentes contratadas, digamos assim, pela direita, arquitetaram a estratégia perfeita. Aliás, entre esses contratados, bombados de neurônios, eu não incluo o tal do Pato Guedes, apesar dele ser incensado pelos faria limers. A verdadeira “cabeça pensante” achou a saída para demonizar o PT. Óbvio que não se podia chegar para o pobre, agora estou incluindo você ô da Renegade parcelada, e dizer "querido paupérrimo deixe de votar no PT pois ele te leva para a Disneylândia" ou “caro miserável deixe de votar no PT haja vista que ele te tira da senzala e bota aqui misturado no meio da Casa-Grande”. A saída foi o engodo da “corrupção” do PT. E seu orçamento secreto de R$ 16 bilhões! Opa não é do petê? esqueçam... Enfim para jogar o pobre contra o PT a elite lançou mão do golpe e da operação Suja Jato, a do Moro, da Vênus Platinada & cia. Ltda. Mas e o petê? É culpa do petê!

Juntou-se a isso, no caldeirão da burguesia, a ideia de que as esquerdas defendem "promiscuidades" que tanto incomodam a tradicional família brasileira. E a Damares! Hipocrisia que fala? Sim, isso explica as diferenças de votos entre as capitais e interior de alguns estados. No interior, iletrado, provinciano e "conservador" foi onde esse discurso mais reverberou. 

Mas vítimas de lavagem cerebral são encontradas por toda parte, como o meu EX vendedor de marmitas, esforçado trabalhador que teve a infeliz ideia de fazer propaganda do genocida no status do seu whatsapp. Ao ser indagado por mim o porquê dessa sua preferência política, declarou “PT NUNCA MAIS”! Nem preciso dizer que este cliente ele não terá NUNCA MAIS. #elenão! Afinal, vocês não acham esquisito eu comprar comida do fã do sujeito que tentou me matar? Ainda que esse infeliz pobre de direita, assim como outros tantos, detestem o PT apenas pelo ódio terceirizado pela elite.

Enfim a galera do andar de cima conseguiu a proeza de fazer o brasileiro “botar para fora”, sem culpa ou pudor, seu racismo, hipocrisia religiosa, machismo, homofobia e preguiça intelectual, agregando a tudo isso um desprezo ao pobre, até por quem não se acha mas é pobre sim, pobre de marré deci! né dono da renegade financiada?

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

As pesquisas, os enrustidos, os "conservadores” da própria miséria e o mito pedófilo...

Não tenho procuração de institutos de pesquisas para defendê-los. Sequer conheço alguém da área. Nunca fui entrevistado por eles em pesquisas eleitorais. Talvez leiam meus rabiscos, aí eles não perdem tempo. Já perderam em lê-los!

Primeiro turno encerrado. Antes disso o genocida tinha ficado com o cool na mão de já ser mandado pra casa. Em Bangu 22. Aí, aliviado pela sobrevida, resolveu junto com seu séquito atacar os institutos de pesquisas.

Até o tal de Lira, aquele que em troca do orçamento secreto  arquivou 22.222 pedidos de impeachments, bateu na mesa e chutou gavetas dizendo que ia abrir CPI contra os institutos de pesquisas. Parece que seu secretário passou a tarde recolhendo pedidos de impeachment do chão. 

Sim os institutos erraram, inclusive os confiáveis. Mas como métodos científicos me agradam mais que os arroubos da turma do fakenews analisemos o caso. Antes, por falar em fakenews, vamos lá, evocar liberdade de expressão para defender quem propaga mentiras fascistas como a “Jovem Ku Klux Pan” e o pastor de gado Dedé Valadão é ingenuidade ou má-fé? Os dois né! O bolsonarismo casa o pobre de direita com a elite. Do casório, a segunda faz a festa e o primeiro paga a conta com salário mínimo sem reajuste, ora pois!

Mas voltando às pesquisas, o percentual atribuído ao Lula ficou próximo do apurado nas eleições, dentro da margem de erro. O problema foi o percentual do capitão, mito ou genocida, como queiram. Aliás o rei do cercadinho adicionou mais um titulo a sua biografia: pedófilo!! E foi o percentual  dele que os institutos, comunas, erraram, "escondendo" em suas pesquisas seus religiosos votos.

Só que não! Quem se escondeu, envergonhada, foi uma parte dos pesquisados. Parcela dos votos do capitão vieram de eleitores  que dizem aos institutos de pesquisas que não têm candidato mas na intimidade da urna se sentem à vontade para liberar seus demônios. E votar no dito cujo. Aí não há ciência e estatística que resista.

Portanto, o percentual de intenções de voto no genocida registrado pelos institutos, que é inferior ao apurado na eleição, diz respeito ao gado que responde a pesquisa “batendo no peito'' o apoio ao capitão. E gado tem peito? Oxi, claro! Cérebro é outra coisa...

Enfim, a ciência padece do boicote dos enrustidos. No caso de governador de São Paulo, em que o Haddad era o líder nas pesquisas mas ficou em segundo lugar, pois ganhou na Capital mas perdeu no interior (70% do eleitorado do estado), há ainda outro fenômeno.

Mas a sucessão estadual fica para outra crônica, esta já está muito longa… Só vai o título provisório do rabisco em processamento na usina: Os conservadores da própria miséria, intelectual e financeira.

Mas como diria o William, Bonner, não o Shakespeare, ”vamos respirar!!!”, quem sabe o coração do poeta "amoleça" o fígado do cronista…

sábado, 1 de outubro de 2022

O Padre, o coronel, a quadrilha da rachadinha e a festa junina de outubro.

Confesso que este rabisco não teve graça. A piada estava pronta!  Desde 28.10.2018. Só que a fome que hoje assola milhões de brasileiros, a insegurança alimentar de outros tantos, as vidas estupidamente perdidas pelo ódio e pela criminosa falta de vacinas contra a covid tornam a piada de extremo mau gosto. Mas como o humor também é catártico, lá vai o cronista de festa junina.

Falemos da festa “caipira” ops debate presidencial realizado lá no arraiá da Vênus Platinada. Aliás, registre-se aqui como em diversos outros rabiscos de outrora, que a emissora do Jardim Botânico é uma das grandes responsáveis pela disseminação da cultura antipetista e pró-lavajatista. Só lembrando que um tal de Moro virou, lá trás, verdadeiro galã global. Mas o produto do golpe, a criatura imbrochável, sem gozação, se voltou contra o Criador. 

A Globo, por percepção errada ou falta de visão mesmo, não imaginou que o apoio e os compromissos/dívidas de campanha assumidos pelo Capitão com evangélicos o deixaria nas mãos da emissora do Bispo e, depois da do ex-dono do Baú da Felicidade, afinal bons genros são para isso. Assim, os Marinhos sentiram quanto dói a saudade de verbas publicitárias do governo. Pra turma do bozo a mãe do bolsonarismo virou a madrasta globolixo.

Foi o típico caso de desinformação de massa. A Globo mentiu tanto e tantas vezes, em horário nobre, que o pessoal acabou acreditando. Só que quando, por interesses próprios, resolveu falar a verdade muitos não acreditaram. A Vênus deu, então, com os burros n'água. Ou com o gado no pasto?

É óbvio que além dela outras mídias também prestaram à elite tupiniquim o serviço de demonizar o PT, mas nenhuma outra tem tanta penetração como a Globo. Agora desculpem-me a piada de mau gosto, mas o brasileiro sentiu isso. Cronista pornográfico!

Mas voltando ao debate, nada mais representativo desse governo que um padre fake. O que esperar de um capitão “religioso” que põe uma metralhadora nas mãos de Cristo? Ou dum coronel fake que desonra as tradições do partido de Brizola? Alguém que se diz socialista, turista parisiense nas horas difíceis, e fala de economia e distribuição de renda ao mesmo tempo que serve de linha de apoio para um distribuidor de armas, cadáveres e miséria? Ou o que esperar de candidatos "nanicos" que vão a debates apenas para barganharem cargos por apoio num eventual segundo turno? 

Aliás cabe frisar que candidatos "nanicos", às vezes, se dão bem porque não sofrem ataques. Contra eles não há candidato laranja, atrás do qual se esconde a maça podre. Como se diria no futebol os nanicos "jogam" desmarcados. Aí viram franco atiradores sem nenhum tipo de questionamentos. Ninguém ali vai precisar lembrar que algumas e alguns que se dizem progressistas e democráticos votaram a favor do golpe contra Dilma e a favor de várias pautas neoliberais do bolsonarismo.   

O que era para ser um debate de ideias e planos de governo - romântico eu né?, devaneios de arremedo de poeta! - virou um festival de baixarias e linchamento ao líder das pesquisas. O fake mór e seus fakes adjuntos tentaram nocautear o adversário comum, deles! Tentaram… Mas entendo que apesar das armações, fakes e falcatruas não conseguiram. Ficou um 0 x 0 horroroso. 

E o Bruxo, que tem sangue nas veias e vergonha na cara, rezou a missa pro “padre”, anunciou que vai fazer a quadrilha dançar, receitou chá de erva-cidreira para o coronel, cozinhou pamonhas, fez paçoca de fake, que foram comidas com amendoim, milho e pipoca, regados a vinho quente e quentão. Ou a uma boa cachacinha?

domingo, 25 de setembro de 2022

Metaverso e a realidade real…

A primeira vez que ouvi falar em metaverso lembrei do Gil. “Uma lata existe para conter algo/Mas quando o poeta diz: lata/Pode estar querendo dizer o incontível/Uma meta existe para ser um alvo/Mas quando o poeta diz: meta/Pode estar querendo dizer o inatingível/ Por isso, não se meta a exigir do poeta/Que determine o conteúdo em sua lata/Na lata do poeta tudo, nada cabe/Pois ao poeta cabe fazer/Com que na lata venha a caber o incabível/Deixe a meta do poeta, não discuta/Deixe a sua meta fora da disputa/Meta dentro e fora, lata absoluta/Deixe-a simplesmente metáfora” Desculpem, mas a genialidade do Gilberto merece a extensa reprodução.

Mas eis que não rs… Zombeterismo à parte, a realidade “artificial” nada tem a ver com os versos do poeta, muito menos com a sua meta! Nos alfarrábios, misturemos nessa lata erudição e pós-modernismo, consta que metaverso é “um espaço coletivo e virtual compartilhado, constituído pela soma de realidade virtual, realidade aumentada e Internet."

Ainda que correndo o risco de chatear meu qualificado público leitor quis trazer aqui o conceito para que não misturemos alhos com bugalhos. Nem Gilberto Gil com Mark Zuckerberg ou Neal Stephenson, o verdadeiro pai do metaverso. Os três "papas” em suas áreas. Se bem que essa “lata” é do Francisco, o portenho do Vaticano, amigo do Lula! Pronto, o sujeito tinha que meter política na crônica! Mas dia 02.10.2022 está chegando…

Enfim, os que me conhecem sabem da minha paixão pelo lirismo e devaneios poéticos do Gilberto e de todos os talentosos companheiros de sua arte. E que curto o moderno, jovem e revolucionário, com qualidade, é claro. Só acho que assim como a arte e a ciência, a tecnologia e seus avanços tem que estar ao alcance de todos.

Além disso, creio que a sua aplicabilidade deve ter razão e também prazer. Pois se o ambiente artificial tem suas vantagens nas relações comerciais e profissionais, não gostaria de delegar a avatares a vivência dos meus prazeres e dores. Como eles a rabiscariam? (autoplágio)

Quem me segue já deve ter lido a frase sublinhada num rabisco de ontem, literalmente. Sim, é assim que eu funciono. Uma frase, uma causa, uma imagem, uma pessoa, um sentimento... uma disenteria do bolsonaro me trazem à cabeça novos versos e prosas. Uma usina de ideias, para o bem ou para o mal. Bom, pensando bem, deletem essa informação é muito desnudante e vira-lata. E este rabisco não é proibido para menores.

E por falar em criança, e sério, acho que enquanto houver uma delas passando fome, assim como um adulto também, fica um tanto descabido, na lata do poeta Gil ou de qualquer um, falar em realidade artificial, iludida ou imaginária, porque o que “enche barriga” é algo bem mais plausível e prosaico.

sábado, 24 de setembro de 2022

O mundo home office na vida de um rueiro…

No tempo da D. Eudette dizia-se que a mulher que não era “do lar” e exercia uma atividade profissional “trabalhava fora”. Era o caso da dita cuja. Aliás, isso não era comum para as mulheres da geração dela. Seu consorte, de fato, era um afortunado. Já a recíproca… Mas ela nem imaginava que um dia seria possível “trabalhar fora” sem sair de casa! Infelizmente, seu filho, cronista home office, nem poderá rabiscar isso pra ela.

No batente desde cedo, como office boy, on the street not at home!, hoje tento me adaptar a essa nova circunstância do trabalho. Para mim o ritual do deslocamento, do ambiente externo, do almoço fora, dos colegas de trabalho, meio Silvio Santos né?, sempre foi o modus operandi da vida profissional!

Brigar com chefe a cores e ao vivo, mimar o funcionário olho no olho, zombetear Josés Reinaldos, Eduardos e Mônicas da vida, negociar no tête-à-tête, "bater na mesa" em reuniões com advogados, empresários e seus asseclas, bater papo com a mesa do lado no escritório, viagens a serviço por conta do patrão, tomar uns 10 cafezinhos da Dona Cida, tudo isso é sem igual apesar do trânsito e do custo financeiro.

Afinal um moleque de rua, que ainda moleque foi pro batente, adaptou-se melhor ao trabalho “fora”. A vida doméstica desde sempre me foi um terreno hostil. E cadê o happy hour? Aliás, peço desculpas aos fiéis leitores pelo anglicismo à la Santa Cecilia. Mas isso faz parte of the home office world.

Sendo assim, tão pouco familiar a vida caseira, ainda cogito um escritório para fazer lá o mesmo que faço em casa. Loucura? Sei lá. Entre outras coisas, só eu e o Abel Ferreira sabemos a vizinha que temos…
 
É verdade que o mundo digital parece cair como uma luva para o mercado financeiro, com seus sites, bolsas, ações, paralisações, pregões, índices, planilhas, projeções, calls, conexões, conferências e reuniões de negócios virtuais. Atas e desatas. 

Nem vou falar aqui em metaverso para não dar nó na cabeça de ninguém. Pois se o ambiente artificial tem suas vantagens nas relações comerciais e profissionais, eu, particularmente, não gostaria de delegar a avatares a vivência dos meus prazeres e dores. Como eles a rabiscariam?

Enfim, quanto ao home office, ainda que sopesadas as vantagens econômicas, viárias e ambientais, entre outras, confesso, mano do céu, que para um ex moleque de rua, inveterado rueiro, ainda soa meio estranho “trabalhar fora de dentro de casa”.

sábado, 3 de setembro de 2022

O fígado, o genocida e sua fraude eleitoral

Alguns seguidores, talvez meio perdidos, têm me perguntado sobre as crônicas políticas. A minha querida e amada galera da esquerda gosta da pegada pesada, sem perder a ternura, é claro! Então, companheiras e companheiros... não é por falta de gosto, mas talvez desgosto.

A minha atração pela política continua a mesma, acompanho pari passu. Mas, convenhamos, a toxicidade do tema muitas vezes ataca o fígado. E haja bílis. Ainda mais com o câncer metastático que hoje ocupa a presidência verde-amarela. Se não bastasse todas as divergências políticas, econômicas, ideológicas, filosóficas, intelectuais, culturais, etc etc, ainda tenho um ranço pessoal do sujeito. O cabra tentou me matar.

Dramático? Será? Sei lá.... Já rabisquei, em versos e prosa, a experiência de 17 dias na UTI, entubado, dos 35 que fiquei internado. Hoje, depois de ano e meio, vez ou outra, ainda sonho ou “pesadeleio” com o pelotão de branco do Nove de Julho, nosocômio paulistano. Peguei uma covid devastadora sem dose nem piedade. Numa época que, apesar de já ter no mundo, não havia vacina no Brasil! Eu não tinha sido copiado dos e-mails da Pfizer.

Mas eu tive sorte! Graças a Deus, pude “entregar” 12 kg de músculos para me safar desta. Sai do hospital uma geleia. Não parava em pé, que dirá andar. Ainda bem que, ao contrário de muitos brasilenhos, os músculos têm memória. Enfim sobrevivi, porém, infelizmente, mais de 680 mil brasileiros não tiveram a mesma sorte. Mas essa conta o genocida vai pagar na Justiça. Nem que seja a divina!

A conta dos pobres é que não fecha. E é por causa deles que resolvi, hoje, voltar a rabiscar sobre política, história e economia. Pois nunca deixei de gostar desses temas e não tenho amnésia. Afinal, ninguém passa por um curso de economia, pós em finanças e 39 anos no mercado financeiro sem aprender nada dessa bagaça.

No começo de 2020, em função da pandemia, tivemos o isolamento social, que salvou muita gente apesar de, recordar é viver!, o “presida” ter sido contra e combatido de todas as formas a medida. Escrevi, à época, nesses rabiscos da vida, que era imprescindível a injeção de recursos, pelo governo, para salvar a economia. Ainda que fosse com a emissão de moeda, conforme defendiam os “lunáticos” economistas da escola desenvolvimentista, ou seria economistas poéticos amantes da Lua?

Mas o capitão e seu ajudante de ordens, o anão do Mercado, foram contra. Aliás, sempre criticaram o bolsa família e outras "esmolas oficiais para vagabundos", como o mercado, seu capataz ministerial e o bobo da corte chamavam os programas petistas de distribuição de renda. Os tais vermelhos comunas!! Apenas, e tão somente, por pressão da oposição foi aprovado o auxílio emergencial, inclusive num valor maior do que o governo, encurralado e contrariado, aceitava dar. Isso são fatos recentes não é fábula. É História! A do “Capitão, os pastores e suas ovelhas”

Aí depois de 3 anos e 10 meses matando o povo de fome, de covid e de ódio, o capetão, ops capitão, percebeu, há dois meses da eleição, que existe pobreza no Brasil. Mais uma sórdida tentativa de manipulação, haja vista as condições e validade do chamado Auxílio Brasil. Torço, de coração, que a população mais carente aproveite bem o dinheiro e saiba em quem votar. De repente, em alguém que tem como premissa uma política permanente de inclusão social e distribuição de renda. Do tipo daquela que tirou da miséria 40 milhões de brasileiros, os quais o capitão solenemente devolveu a ela! Eu avisei do fígado…

sábado, 20 de agosto de 2022

Entre cães e gatos… O mundo pet e o gado!

Minha tia Marcela adorava animais de estimação. Primeiro foi a Bolinha, a pequenez, princesa do pedaço. A cadelinha morreu atropelada. Certa vez, num descuido na abertura da porta de casa, a cachorrinha, caseira, disparou, afoita e ingenuamente, em direção ao meio da rua. Sentimos todos muito aquela perda.

Depois vieram o Lelinho e a Misturadinha. Desconfio, hoje, que minha tia tenha dado esse nome a ela para não afrontar demais o palestrino das Minas Gerais, tio Antônio, com uma gata alvinegra.

A dupla de bichanos, andava serelepe o dia inteiro pela casa. Mas à noite ambos tinham um programa especial. Passear, festivamente, pelo sofá da sala. E tem sofá de quarto? Claro que sim,uai! E ali naquele móvel da sala dormia, ou pelo menos tentava, um moleque que, entre outras travessuras, viria a se transformar neste cronista de sofá, cama, mesa e banho.

Eu até que curtia os gatinhos, mas aqueles passeios noturnos deles me preocupava, a ponto de me tirar o sono. A Misturadinha era mais sapeca. Este rabisqueiro, à época na inocência dos seis ou sete anos de idade, fugia da gatinha a noite toda. Talvez tivesse sido prudente manter essa estratégia vida afora...

Já em outro momento do meu caminho dividi um belo apartamento, agora com direito a quarto, cama de casal e outras benesses, com a minha ginecologista particular, a avó dela, seria minha sogravó?, e dois destemidos poodles.

Esses últimos já acostumados a viverem apenas com a avó e a neta em outros endereços. Então eles, digamos assim, estranhavam aquela figura masculina que agora lhes roubava a atenção e os cuidados da doutora. E justiça seja feita, ela se desdobrava, fazia um parto para equilibrar as traquinas rosnices caninas com a peralta impulsividade, de outrora, do seu companheiro.

Assim, na minha caminhada entre cães e gatos, hoje eu saindo da padoca me deparo com um anúncio na banca de jornal. “Temos jornal pet``, ipsis litteris. Sim, a ideia é oferecer material para o descarte dos dejetos orgânicos dos pets. Mas a demasiada e zombeteira criatividade me fez devanear…

Imaginei um periódico destinado ao gado de estimação. Com patrocínio das lojas Havana$ não a de Cuba mas a da “Liberdade”. Seria recheado de fakenews e de figurinhas coloridas para facilitar a leitura. O nome do matutino seria “Diário da Tchutchuca do Centrão". A assinatura do jornal daria, ainda, direito a descontos na compra de uma cesta básica, composta de uma caixa de cloroquina, um bloco de papel para votação, meio quilo de pólvora e uma lata de Whey, tudo com isenção fiscal!

Mas não bastou… num cenário alternativo visualizei uma possível reunião entre a Bolinha, o Lelinho, de botas, a Misturadinha, mais recatada e com óculos de grau, e os poodles, de cachecol pro frio, para lerem as notícias no café da manhã. O pão de queijo era por conta do Tio Antônio!!

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Higienópolis sem onze e meia...

Rueiro inveterado este cronista de rua sempre foi avesso à TV. Hoje, por exemplo, minha grade de canais se restringe apenas a canais de esportes. Só pra ver o meu Palmeiras, sim senhor! Netflix e Amazon suprem outras necessidades culturais. Olha aí o merchan gratuito gente!

Mas insone renitente havia certo programa televisivo que despertava minha atenção, como se eu conseguisse dormir! A atração chamava-se “ Jô 11 e meia'', só no nome, pois das 23:30 horas o programa nunca começava antes da meia noite. Assim madrugada adentro um certo "gordinho" simpático, inteligente, culto e bem humorado enchia a tela da minha TV. Por ele o aparelho se ligava!

O carismático entrevistador, e sua indefectível caneca, brilhavam tanto ou mais que os ilustres entrevistados. Estes descontraídos e arrebatados se rendiam ao apresentador e produziam deliciosas e interessantes entrevistas. Enfim, era difícil resistir ao seu humor inteligente. Eclético, inspirado e inquieto em outros momentos ele já havia produzido impagáveis e inesquecíveis personagens humorísticos.

O seu programa de entrevistas era um cultural gozo televisivo! Que arrancava gargalhadas até do sisudo Bira! Bira, Derico e a banda, todos comandados pelo "maestro" Jô. Televisão, teatro, cinema, literatura, pintura nada passou ileso ao inesgotável talento daquele fanático torcedor do tricolor das laranjeiras. Carioca de nascimento paulista por opção. Assim o dizia.

Diplomata, poeta, escritor, jornalista, dramaturgo, diretor e ator de televisão, cinema e teatro, músico e artista plástico. Num momento de escassez de inteligência sua genialidade fará muita falta. Descanse em paz, José EuGÊNIO Soares! Beijo pro gordo!!

domingo, 10 de julho de 2022

O câmbio automático e a cerveja sem álcool

Aqueles que me seguem, tem louco pra tudo, já devem ter lido sobre o meu tio Antônio e sua velha e muito usada perua Kombi. Ela era o seu ganha-pão, com queijo, financiada pelo Bradesco com a interveniência e apoio monetário da sua cunhada, Dona Eudette. Em infindáveis prestações a perder de vista e do bolso.

Tonho mineiro, assim chamado pelos amigos, era um sujeito simples com pouca escolaridade mas muito trabalhador. Ele e a dona Marcela, irmã mais velha da minha mãe, me criaram. A italianinha brava que fazia costuras para fora e dentro tecia a cabeça do seu marido.

Ainda pivete fui muitas vezes levado ao antigo Palestra Itália. Sim, foi meu tio e a sua destemida Kombi que me apresentaram à minha paixão em verde e branco. 

"Eu sou Palmeiras sim senhor
E bebo todas que vier
E canto meu porco
Meu único amor!
E dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe, ô
E dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe, ô..."

E, ainda, mais tarde, o seu Antônio e sua "máquina" que me ensinaram a dirigir. A boa e velha perua que cheirava a queijo, aquele mesmo que meu padrinho entregava como motorista dos Teixeiras. Fim dos merchans! Até porquê nem a família do Amador Aguiar nem a do Teixeira vão me pagar cachê por esta crônica de botequim.

A máquina com seus eflúvios queijeiros tinha seu volantão mecânico, para-choque modelo joelhos de motorista e câmbio manual, aquele que era do tamanho de uma perna. Pilotagem raiz!

E por falar em beber todas, a Kombi não era a álcool, mas aquele palmeirense bebia todas sim senhor, afinal o bom e sofrido mineiro não era de ferro. Mas ele era tranquilo, mesmo a cachaça não o tirava da sua zenzice mineira.  E a sorte do Tonho é que naquela época não havia bafômetro, inspeção veicular nem outros "trem" desses. Já a minha é que ele era um excelente motorista. Mandava bem mesmo, não em casa é claro...

Hoje devidamente incorporado ao mundo automobilístico do câmbio automático me sinto monotonamente ocioso ao volante.

Afinal é cômodo mas, mano, tira o prazer da pilotagem, aquele de engatar a quinta e acelerar! Parece que o bólido está menos nas suas mãos. Desconfio até que o tio Antônio ia achar o câmbio automático igual a cerveja sem álcool, a qual ele nunca bebeu. Uai...

sábado, 25 de junho de 2022

Paraíso, borrachudos, cachaça, sexo e rock'roll!

Hoje vi uma foto de Trindade (RJ). De imediato lembrei do lugar que conheci quando eu tinha exatos 20 anos. Faz tempo... Tanto que para chegar lá, à época, só havia uma trilha de terra de 7 kms. A pé. Não tinha acesso de carro. Os ditos-cujos ficavam lá em cima na Rio-Santos.

Ou seja ainda não era modinha. Nem rolê de classe. Sem badalações. Nem infraestrutura. Era cachaça, sexo, rock'roll e... Raiz! Nada nutella!.

Naquele tempo este cronista de botequim, e de praia, era assíduo acampante. No mato, no morro ou na praia eu armava a barraca...

Porém, por várias circunstâncias, aquela "trip" foi marcante. Assim como outras, mas deixemos essas pra outros rabiscos.

A primeira nuance diz respeito a um detalhe que descobri naquela viagem. Tenho reação alérgica à picada de borrachudo. Calma, antes que meus leitores mais maliciosos deturpem esclareço que se trata de picada de inseto. Sem mimimi

Lá em Trindade, o prato do dia, e da noite, era peixe. Pescado no próprio dia pelo pescador dono do boteco, sem estrelas pois todas elas estavam à noite no céu. Uma pintura digna de poesia.

O peixe era acompanhado por duas garrafas de cerveja entornadas no copo especial da casa. De louça branca. Sim era um penico que eu torcia para não ter sido usado para sua finalidade precípua.

Certa noite, empolgado pela visão paradisíaca da ilha, do céu e por muita cachaça resolvi levar a barraca pra beira mar. Maré subiu e acordamos numa cabana flutuante.

O banho era na cachoeira, sem banheiro, chuveiro nem hidromassagem. Natureza pura na pele. Tudo perfeito!! Menos a tal da alergia. Com os dias passando aquelas feridas viravam uma espécie de bolhas d'água. E como coçavam!

Na volta subimos os sete quilômetros de terra. Em forma e trilheiro não era problema. A não ser os pés inchados pelas picadas de borrachudo. Aí, volta de carnaval, encaramos mais sete horas de estrada até Sampa. Minha companheira não dirigia.

Enfim chegamos em Sampa, mais propriamente dito no PS. Com reação alérgica e mais de 38 de febre. A única certeza era de que as havaianas não deformam, não têm cheiro nem soltam as tiras. O hábil médico teve que cortar com tesoura as tiras do chinelo grudadas no pé em formato de bola. Coisas de amante de futebol...

sexta-feira, 13 de maio de 2022

Cecilia, a Santa nossa de cada dia...

Essa tinha que virar crônica. Virou em dez minutos. Moro numa região limítrofe entre os bairros de Santa Cecília e Higienópolis em São Paulo. Ainda no lado de Santa Cecília. Se atravessar a rua já estou em Higienópolis. 

Para quem não é de Sampa esclareço que Santa Cecília é um bairro digamos assim mais popular e Higienópolis mais elitista, de colonização predominante judia. Cecília, a Santa, é mais despojada, rebelde, poética e divertida. Mais a cara deste cronista de botequim. Perto do Minhocão, das suas poesias de rua e da intelectualidade do baixo Augusta.

Dia desses nessa faixa de gaza, entre Cecília e Israel. Eu sei que não devo brincar com esse assunto. A última vez que citei as diferenças entre os dois bairros, nítidas e marcantes, levei algumas "canceladas" da galera do andar de cima. 

Mas não adianta, o rabisqueiro é zombeteiro, irreverente e não tem muito juízo... Ainda mais numa sexta, 13!!

O problema é que o pessoal do andar de cima tem certa "impaciência" com a galera do andar de baixo. Outro dia parei 10,5 segundos pra estender o braço e entregar uma baguete para um morador de rua e tomei um buzinaço na retaguarda que só me restou gritar "fora bolsonaro"... 

Enfim, nesse tal dia, o da faixa de Gaza, na porta duma farmácia um mendigo me pediu pra eu comprar desodorante pra ele. Sai rápido porque não tinha o que eu queria e esqueci mesmo do pedido. 

Na saída ele me olhou, aí me lembrei dele e até expliquei que não tinha comprado nada. Pediu, então, uns "trocados" ao que respondi que não tinha nenhum no bolso. Absoluta verdade. Sem hesitar ele falou "me faz um Pix". Bendita a ainda sobrevivente democracia! Resta agora a distribuição de renda!

sexta-feira, 6 de maio de 2022

Palavras...

Verbos em punho 
escrever é um ato de subversão 
amor e inteligência
luta e paixão 
questão de sobrevivência 
arrebatamento d'alma e coração 

Palavra, linda e absoluta 
intima e confidente
intensa no amor 
parceira na luta 
solidária na dor

Elas estão por ai 
à espera duma sentença
de um dom 
que as namore 
tire pra dançar
e mesmo a palavra mais inquieta e intensa 
diz que... nada é mais subversivo que amar...

quinta-feira, 28 de abril de 2022

Transbordos, orgasmos e partos

Neste mês de abril o blog "Crônicas, poesias e outras baboseiras...! completa 10 anos. Eu tinha feito um pequeno post informativo para tratar o assunto. Meia dúzia de linhas. Curto e grosso. 

Antes de publicá-lo mostrei o para uma amiga virtual. Baiana arretada, colega do banco e especialista em marketing e divulgação. Ela, que me conhece através dos meus rabiscos, foi cirúrgica.

 Disse que "ficou parecendo folheto de sinal. Que faltava leveza e humor. E que não estava à altura da minha inteligência, talento e criatividade". Morde e assopra rs 

Ainda argumentei que não era uma crônica e sim um postzinho. Mas parei e pensei. Quase sempre aceito feedbacks. Ou às vezes? Raramente? Tá bom dessa vez aceitei! 

O blog, o tal aniversariante, nasceu em abril de 2012. Sob o signo de áries, ascendente em gêmeos e lua na casa... da mãe Joana. Foi parido para registrar e "guardar" os devaneios de um bancário, metido a poeta e cronista.

Antes disso muita coisa tinha se perdido em folhas de caderno, de blocos de anotações, papel com pauta, ou de improviso mesmo e, até, em arquivos dos PC's da vida. 

O blog conta atualmente com 128 publicações. Ele é, com os seus 69 primeiros rabiscos, pai dos livros "La vitta scritta in versi" e "La vitta scritta in prosa ". 

Enfim rabiscar para mim é um transbordo, catarse. Um orgasmo. E assim esses 69 foram só preliminares. Já este ano o terceiro filho, ops livro, vem ai...

Os três pês, a elite e a turma do andar de baixo

No Brasil a “lei é para todos”: pobres, pretos e putas. Esta era afirmação corrente nos anos 80 do século passado dita por críticos sociais. No próprio meio jurídico, conforme cita matéria do https://diariodoengenho.com.br de 25.06.2018, figuras como o promotor de justiça e professor de Direito Penal na UNIMEP, o Dr. José Ribeiro Borges, em Semana Jurídica promovida pelo Curso de Direito, causou grande surpresa ao dizer que no Brasil, infelizmente, a cadeia era ainda destinada e caracterizada pelos “três pês”. Ou seja: para os pobres, pretos e putas.

Respeitados o conhecimento e saber jurídico dos mestres da área e de outros críticos sociais que criaram essa triste e verdadeira afirmação, este impertinente cronista de botequim tomará a ousada liberdade de fazer duas ressalvas a essa brilhante tese, incluiria um quarto P de petistas neste grupo e faria a observação de que as putas alvo das garras da lei seriam as pobres, as valentes trabalhadoras.

Essa perversa realidade mostra a falta de políticas publicas democráticas de inclusão social. Ah está faltando políticas públicas? Mas e o Lula? E o PT? Sim, amável e fiel gado, foi nos governos do PT e do LULA que tais políticas foram mais prioritariamente implementadas. Há até um certo número que qualquer brasileiro ainda que desavisado já deve ter ouvido falar, 40 milhões de compatriotas nossos saíram da linha da miséria absoluta durante os governos do PT.

O drama fica ainda maior se notarmos que a maioria da população pobre é preta, o que potencializa o efeito nefasto desta realidade. E aí os pretos que rompem essa barreira da pobreza e conseguem fazer sucesso em suas carreiras ou áreas de atuação são vistos com “nariz torto” pela elite de supremacia branca. Edson Arantes do Nascimento, muito mais do que pela sua genialidade futebolística conquistou a elite com a sua subserviência e “doçura”. Como diziam os antigos, ainda antes do advento da lei racial, “era um preto de alma branca”. Até escrever isso dá náuseas.

Por outro lado, hoje zapeando os noticiários soube da 13ª colocação de Lewis Hamilton no GP de Ímola, inexplicável para a equipe Mercedes que reinou absoluta nos últimos anos na Fórmula 1 e para o piloto que o ano retrasado conquistou o heptacampeonato da categoria. Sem querer esmiuçar as teses de desenvolvimento das equipes, uma vez que a F1 é um “esporte” que o fator determinante para a vitória é a máquina. Senão vejamos Schumacker, Senna, Prost, Piquet, Emerson, Stwart, o próprio Hamilton qual grande campeão assim o foi guiando numa escuderia que não fosse de ponta?


Mas o que me causou espanto eram os comentários interativos dos leitores das matérias, alguns questionando o talento do piloto britânico, em contrapartida muitos o defendiam, mas havia um outro grupo que chegava a desmerecer Hamilton, de forma rude, pejorativa e até raivosa. Ai bingo! Independente das qualidades do piloto, que na modesta opinião deste rabisqueiro está entre os melhores de todos os tempos, o problema de Lewis é ser preto num esporte caro dominado por brancos, que preferem os olhos claros dos pilotos nórdicos. 

E, ao contrário do rei Pelé e do sub príncipe Neymar, Lewis compra brigas dos pretos, escancara as injustiças sociais, protesta nos suntuosos autódromos contra a violência racial e isso mais do que sua habilidade ou não de pilotar parece “incomodar” a elite branca, perfeitamente representada na milionária Fórmula 1.

terça-feira, 29 de março de 2022

Sol e Lua!

O sol desperta
a lua flerta
o sol é brilho
a lua feitiço
o sol é o prato do dia, o suor do rosto
a lua é o brinde e o tira-gosto

O sol ilumina
a lua clareia
o sol escancara
a lua sussurra
o sol é reunião, discurso e conferência
a lua é encontro, diálogo e confidência

O sol é razão, poder e desenvolvimento
a lua é sensação, sonho e sentimento
não convivem mas não são excludentes
o sol é o lugar da vida
a lua a terra prometida
o sol é tratado
a lua poesia...

sábado, 19 de fevereiro de 2022

O tempo em luas...

Se de tudo fosse um pouco
nada seria tão tudo como o mar, o céu e a lua
nem mera paisagem nem geografia tampouco
só poesia nua e crua

Sem luxo, simples como tudo que vale a pena
sem banquete ou ceia
apenas debaixo da lua numa toalha pequena
ao som de uma linda sereia
sem discursos vazios de ano novo
festas para os ricos miséria para o povo

Se o tempo se conta em anuários
o do poeta se traduz em momentos de inspiração
sejam em versos geniais e lendários
ou no simples transbordo do coração

A mudança não se prende a calendários
a inteligência não se acha em frases padrão de autoajuda
a criatividade não se encontra em armários
e a vida antes de ser floresta é muda...

A política, seu tabuleiro, mapas e contornos...

A Eleição se avizinha e a história e geografia, de novo, mostram seus contornos políticos. Há diferenças regionais, estaduais e entre o interior e as capitais.

Desde lá do Rio Grande do Sul, nota-se que o interior tem traços mais conservadores, enquanto a capital, à lá Manoela, apresenta perfil mais jovem e socialista. 

Já no restante da região Sul, Paraná e Santa Catarina, a direita nada de braçadas, seja no litoral/capital ou interior. Nem a bela Florianópolis é uma ilha nessa geografia de siglas de direita. 

Maior colégio eleitoral do País, o estado de São Paulo também apresenta diferenças entre capital e interior. A capital, cosmopolita e multifacetada, tem perfil mais progressista. Já no interior, conservador, predominam os fãs mais à direita.

O Rio de Janeiro continua lindo. Mas só. Nem a garota de Ipanema e seu gingado arejam as mentes evangélicas que  unidas aos braços armados milicianos, têm eleito sinistros governantes locais. E dão aval nacional para famiglia Bolsonaro. Freixos, Beneditas e a saudosa Marielle são oásis nas areias cariocas. 

Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral, parece que só aprendeu rezar na cartilha de Aécio e seus discípulos. Apesar de que por lá, também, a capital, ter perfil mais politizado, no final das contas a turma do Aécio e do Zema (bozo gourmet) parece ser a preferência, ao lado do pão de queijo, uai!

Enquanto a região Norte é uma verdadeira floresta de políticos conservadores, a região Centro Oeste tem na força da soja, "que ergue e destrói coisas belas", né Caetano?, a cultura que elege  fazendeiros da UDR local e apoia “destros” nos sufrágios nacionais, ou naufrágio geral.

E por falar em Caetano, poeta baiano, e em oásis, de praias e ideias, o Nordeste tem sido grande reduto progressista, esquerdista e lulista do Brasil. Hoje nem ACM teriam vida fácil nas terras de Mariguella e Jorge Amado. Enfim, terra e cabeça plana, e oca, não dão ibope na Bahia e no Nordeste Maravilha.

Mas ainda que sopesadas as nuances regionais, em 2022, no final das contas, ainda que com votação desigual, o velho bruxo estrategista há de ser, de novo, a preferência nacional.

domingo, 30 de janeiro de 2022

O Brasil, entre as vacinas e o fim da picada...

O ano de 2021 não foi dos mais auspiciosos para brasileiros, para uns por própria irresponsabilidade, para os demais por serem vítimas da escolha dos primeiros.

No caso deste rabisqueiro não foi diferente. Apesar do histórico de atleta fui alvejado, ainda sem vacina, por um covid devastador. Saldo 17 dias de entubação em 34 de internação. 

O falecimento do Seu Agripio, meu malvado favorito, também fez parte do meu 2021. Isso após 62 dias de UTI, com visitas e acompanhamento diário. Aliás, ano passado fiz residência hospitalar, com direito à várias especialidades.

Mas não quero me ater aos meus dissabores pessoais. Até porque o objetivo não é esse. Percebi que de uns tempos a esta parte tenho rabiscado só poesias. Então resolvi "cronicar" 

Afinal 2022 terá que ser o ano da virada. Começando pela política. Ressurgido e rejuvenescido, depois dos massacres e injustiças, o bruxo está de volta. Ganhar ele já sabe que ganhou mas precisa governar e há muito entulho a ser removido. Então deixemos ele "costurar" o seu vice. Afinal estratégia política e as coisas certas para o povo ele já provou que sabe fazer.

Precisamos, também, salvar a economia. Terra arrasada de assustar até quem não cursou essa ciência. A direita se superou ao eleger o fantoche miliciano com a ajuda do seu gado eleitoral, o tal da imbecilidade de rebanho.

Da cultura sobrou a burrice, ignorância e os cânticos de louvores mal louvados. Educação, desta então, só restou a sua absoluta falta.

Da saúde estamos vacinados!! Apesar "dele". Aliás tão incapaz que tudo a que foi contra acabou, por linhas tortas, dando certo. Um Dick Vigarista colecionando fracassos de suas "diabruras". É óbvio que o número de mortos e sequelados pela covid não  permite qualquer comemoração. Ainda que esse número pudesse ter sido maior se o genocida não fosse tão incompetente em colocar em prática seu "projeto".

Porém, sim deus é pelo brasileiro. O próprio brasileiro não é tanto assim, muitas vezes é seu maior rival. Até o fim da picada! Enfim o país sobreviver, ainda que arrasado e triste, a um lunático desse nível de insanidade, ignorância e maldade só por obra do divino!

Sempre irmã!

Primeiro cinco de fevereiro sem poder falar com você
pois mesmo sem a presença e a fala constante
nunca deixei de sentir você do meu lado
sincronia de quem é ligado mesmo distante
de quem vive junto ainda que desgarrado

Não foste minha irmã de ventre
mas eu me criei contigo
e se tua casa foi minha por circunstâncias
o seu amor sempre foi meu abrigo

Podia ficar meses sem te ver ou ouvir
mas nunca senti teu silêncio
e teu gesto sempre me foi presente
como aquelas coisas que não se ouve,
não se vê
só se sente

Independente e lutadora
justa e solidária
de personalidade forte
enfim, mais do que isso
é minha sorte
de ser, sempre, teu irmão postiço...
Minha rosa sempre azul!

Sofá, sala, quarto e cama...

Num desses escritos de outrora já rabisquei que passei infância e adolescência em sofás ora aqui ora ali. Conheço bem, ora pois, esse móvel que sempre cruzava meu caminho. Eles "imóveis" eu perambulando.

Aliás, diga se de passagem, os meus primeiros quarto e cama só vieram com minhas núpcias, verbete impoluto, esse né? Talvez isso explique o porquê de eu ser tão casamenteiro. Seria isso, meu caro Sigmund?

Alguns, até, julgam, mesmo sem toga, que não fiquei com ninguém e que tais relações não deram certo!! Veredito errado! Foram lindos e marcantes relacionamentos e deram muito certo todos eles. Tenho sorte, tive companheiras maravilhosas, que muito me amaram e também foram amadas. O não perdurar não apagou o brilho e o valor de cada uma dessas relações. Se alguma coisa deu errado foi culpa da impulsividade e inconstância romântica dum poeta geminiano. Coisas do passado!

Mas voltando ao sofá, um agora solitário no pequeno apartamento de um quarto. Esse ai me remete à gula vendedora das lojas de "pesadelos". Que, sem cerimônia e escrúpulo, parcelam em 90 vezes, a juros extorsivos, os sonhos de errantes velhinhos de quase 90 anos. Mas o troco vem, via calote!

Porém longe de seu sofá de crediário, eu só sonho que meu malvado favorito descanse em paz, de preferência, numa cama celestial ao lado de sua amada...

sábado, 29 de janeiro de 2022

Lua, insônia, subversão e soneto...

Se o verso me traduz
a rima é imperfeita
ainda assim o soneto conduz
a inspiração refeita
que rebelde, subverte a métrica
já o ritmo, cativo, concorda
com a estrofe assimétrica
e a poesia transborda...

sábado, 22 de janeiro de 2022

Simples como as crianças


Preconceitos camuflados, discriminações dissimuladas
deslealdades sutis e mentiras descaradas
fórmulas impróprias de receitas discutíveis
belezas decorativas, conteúdos vazios com rótulos perecíveis


Porém... restam os sonhos deslumbrantes
escondidos em fragmentos de poemas
de renascidas esperanças
inspiradas na pureza das crianças...

reCORTE

A dor que agora lateja
ainda que ninguém saiba
e muito menos veja
quiçá porque só a mim caiba
assimétrica assim
começa e parece não ter fim

Vídros, pedras, obstáculos
na terra, areia ou asfalto
cravados nos pés, braços e até tentáculos
tudo passa menos ela, agora impregnada no tato, visão e olfato

Mas nem esses nem todos os sentidos
adormecem pés e cabeças, que ora latejam
pois ainda que se achem perdidos
talvez não bem assim os estejam...