sábado, 20 de agosto de 2022

Entre cães e gatos… O mundo pet e o gado!

Minha tia Marcela adorava animais de estimação. Primeiro foi a Bolinha, a pequenez, princesa do pedaço. A cadelinha morreu atropelada. Certa vez, num descuido na abertura da porta de casa, a cachorrinha, caseira, disparou, afoita e ingenuamente, em direção ao meio da rua. Sentimos todos muito aquela perda.

Depois vieram o Lelinho e a Misturadinha. Desconfio, hoje, que minha tia tenha dado esse nome a ela para não afrontar demais o palestrino das Minas Gerais, tio Antônio, com uma gata alvinegra.

A dupla de bichanos, andava serelepe o dia inteiro pela casa. Mas à noite ambos tinham um programa especial. Passear, festivamente, pelo sofá da sala. E tem sofá de quarto? Claro que sim,uai! E ali naquele móvel da sala dormia, ou pelo menos tentava, um moleque que, entre outras travessuras, viria a se transformar neste cronista de sofá, cama, mesa e banho.

Eu até que curtia os gatinhos, mas aqueles passeios noturnos deles me preocupava, a ponto de me tirar o sono. A Misturadinha era mais sapeca. Este rabisqueiro, à época na inocência dos seis ou sete anos de idade, fugia da gatinha a noite toda. Talvez tivesse sido prudente manter essa estratégia vida afora...

Já em outro momento do meu caminho dividi um belo apartamento, agora com direito a quarto, cama de casal e outras benesses, com a minha ginecologista particular, a avó dela, seria minha sogravó?, e dois destemidos poodles.

Esses últimos já acostumados a viverem apenas com a avó e a neta em outros endereços. Então eles, digamos assim, estranhavam aquela figura masculina que agora lhes roubava a atenção e os cuidados da doutora. E justiça seja feita, ela se desdobrava, fazia um parto para equilibrar as traquinas rosnices caninas com a peralta impulsividade, de outrora, do seu companheiro.

Assim, na minha caminhada entre cães e gatos, hoje eu saindo da padoca me deparo com um anúncio na banca de jornal. “Temos jornal pet``, ipsis litteris. Sim, a ideia é oferecer material para o descarte dos dejetos orgânicos dos pets. Mas a demasiada e zombeteira criatividade me fez devanear…

Imaginei um periódico destinado ao gado de estimação. Com patrocínio das lojas Havana$ não a de Cuba mas a da “Liberdade”. Seria recheado de fakenews e de figurinhas coloridas para facilitar a leitura. O nome do matutino seria “Diário da Tchutchuca do Centrão". A assinatura do jornal daria, ainda, direito a descontos na compra de uma cesta básica, composta de uma caixa de cloroquina, um bloco de papel para votação, meio quilo de pólvora e uma lata de Whey, tudo com isenção fiscal!

Mas não bastou… num cenário alternativo visualizei uma possível reunião entre a Bolinha, o Lelinho, de botas, a Misturadinha, mais recatada e com óculos de grau, e os poodles, de cachecol pro frio, para lerem as notícias no café da manhã. O pão de queijo era por conta do Tio Antônio!!

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