Hoje vi uma foto de Trindade (RJ). De imediato lembrei do lugar que conheci quando eu tinha exatos 20 anos. Faz tempo... Tanto que para chegar lá, à época, só havia uma trilha de terra de 7 kms. A pé. Não tinha acesso de carro. Os ditos-cujos ficavam lá em cima na Rio-Santos.
Ou seja ainda não era modinha. Nem rolê de classe. Sem badalações. Nem infraestrutura. Era cachaça, sexo, rock'roll e... Raiz! Nada nutella!.
Naquele tempo este cronista de botequim, e de praia, era assíduo acampante. No mato, no morro ou na praia eu armava a barraca...
Porém, por várias circunstâncias, aquela "trip" foi marcante. Assim como outras, mas deixemos essas pra outros rabiscos.
A primeira nuance diz respeito a um detalhe que descobri naquela viagem. Tenho reação alérgica à picada de borrachudo. Calma, antes que meus leitores mais maliciosos deturpem esclareço que se trata de picada de inseto. Sem mimimi
Lá em Trindade, o prato do dia, e da noite, era peixe. Pescado no próprio dia pelo pescador dono do boteco, sem estrelas pois todas elas estavam à noite no céu. Uma pintura digna de poesia.
O peixe era acompanhado por duas garrafas de cerveja entornadas no copo especial da casa. De louça branca. Sim era um penico que eu torcia para não ter sido usado para sua finalidade precípua.
Certa noite, empolgado pela visão paradisíaca da ilha, do céu e por muita cachaça resolvi levar a barraca pra beira mar. Maré subiu e acordamos numa cabana flutuante.
O banho era na cachoeira, sem banheiro, chuveiro nem hidromassagem. Natureza pura na pele. Tudo perfeito!! Menos a tal da alergia. Com os dias passando aquelas feridas viravam uma espécie de bolhas d'água. E como coçavam!
Na volta subimos os sete quilômetros de terra. Em forma e trilheiro não era problema. A não ser os pés inchados pelas picadas de borrachudo. Aí, volta de carnaval, encaramos mais sete horas de estrada até Sampa. Minha companheira não dirigia.
Enfim chegamos em Sampa, mais propriamente dito no PS. Com reação alérgica e mais de 38 de febre. A única certeza era de que as havaianas não deformam, não têm cheiro nem soltam as tiras. O hábil médico teve que cortar com tesoura as tiras do chinelo grudadas no pé em formato de bola. Coisas de amante de futebol...
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