sábado, 19 de maio de 2012

A PIZZA DE PLÁSTICO

Na semana passada fui ao shopping center. Se eu morasse em Viçosa (MG), meus pacientes leitores não teriam o porquê perguntar ao qual shopping eu fui. Pois lá, na viçosa cidade da zona da mata mineira só existe um. O “charmoso” Mundial Shopping Center. Defronte a rodoviária da cidade. De onde partem os ônibus para São Paulo, que chacooolejam 11 horas para chegarem a maior cidade da América Latina. Daria para ir até Paris! 

Mas não eu não moro em Viçosa. Resido na cidade de São Paulo. Então, é pertinente que meus resistentes leitores queiram saber qual shopping center eu visitei. É verdade, em Sampa tem vários, não sei dizer nem quantos existem atualmente. Porque com certeza enquanto escrevo essas linhas mas algum deve estar sendo inaugurado em algum ponto da cidade. 

Mas não direi a qual fui. Não caberia fazer propaganda gratuita neste espaço. Até porquê fui ao shopping para ir ao cinema. Entenderam? Para quem não entendeu cabe uma explicação. É porque paulista adora “botar” tudo dentro do shopping. Questão de idolatria. No shopping tem cinema, bar, restaurante, boliche, petshop, teatro, academia, supermercado, parque infantil, berçário e até lojas!

Também não é sobre o filme que assisti que pretendo falar. É sobre uma máquina que lá encontrei. Não no Itororó e sim no shopping. Ela estava alinhada logo após as de “auto-atendimento” de alguns bancos. 
Era um pouco maior que suas parentes do sistema financeiro. Era vermelha, tinha vários botões coloridos, um conjunto de “leds” que piscavam incessantemente, uma espécie de buraco retangular onde lia-se “output”. Na lateral da máquina havia uma espécie de “entrada”, que logo abaixo apresentava uma tela digital com as seguintes opções: pagamento em cheque, dinheiro ou cartão. Logo abaixo um outro botão com a seguinte inscrição: “nota fiscal paulista?” No topo da máquina lia-se “pizza instantânea”.

Resolvi arriscar. No menu eletrônico escolhi o sabor, a “grossura” da massa, o tipo de borda e a marca do molho de tomate. Surpreso e curioso aguardei por alguns instantes. Depois de cerca de dois minutos e meio surge no buraco de “output” uma caixa de papelão com o desenho do Ronald Macdonald´s. Era minha pizza. Procurei uma mesa na praça de alimentação, abri a embalagem que na parte interna tinha um garfo e uma faca, ambos de plástico colados por numa etiqueta amarela e comi a iguaria. Com a mesma empolgação de quem transa com a prostituta da esquina pensando na Angelina Jolie.   

Pensativo, caminhei até o estacionamento. Lembrei daquela mesa com uma impecável tolha vermelha, com cadeiras altas, guardanapo de pano, talheres de prata e um cardápio de couro, no qual eu podia escolher a pizza que o simpático e solícito  garçom traria para o meu deleite. Mas do que isso me veio à memória a moça bonita com quem eu dividia a mesa, conversava e trocava olhares apaixonados, enquanto degustávamos nossa massa. Será isso coisa do passado? Do tempo que minha cara-metade me chamava de linducho!

2 comentários:

  1. Cara-metade é cara-metade, nao vou discutir.
    Mas com certeza também daria pra trazer a memória a magnífica Pizzaria Sao Pedro, na Mooca, onde tres ou quatro bancários recém-admitidos no Banco do Brasil, Ag. Luz (SP), no início da década de 80, aproveitavam a vida de solteiros no esplendor de uma típica sexta-feira-a-noite-paulistana.
    Com certeza tomavam cerveja ou shopp, mas o certo era tomar vinho. Mas cadê a grana ???

    Abracao.

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  2. ô meu caro causídico, ex-bb, tens uma excelente memória ou bebeste pouco naquela ocasião?

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