O dia cinzento que escancara algumas mazelas sociais, tais como a de indigentes a mercê do rigor da estação, é o mesmo que revela a indiscreta elegância que os mais afortunados e suas grifes da moda ostentam.
Algo me chama atenção naquele vagão lotado do Metrô, quando ele pára em uma das estações. Um jovem casal abre caminho entre as pessoas, a moça, miúda e com rosto de menina, se acomoda num banco do trem trazendo no colo um bebê, que envolto em roupas gastas é aquecido pelo aconchego da mãe e pelo olhar contemplativo e protetor do pai, rapaz franzino que naquele momento parece encontrar naquele pequeno ser que seus olhos miram a razão de sua existência.
A manhã segue e à medida que avança o frio diminui, cedendo lugar para o colorido do sol. E aí vem à tarde morena suave como um bálsamo que remove as asperezas, assim como que permitindo a redescoberta de um prazer esquecido. E eu, de novo atento ao que me cerca, contemplo a beleza da moça que passa sensual e radiante. Ela me sorri e eu devolvo a atenção como que se estabelecêssemos um silencioso pacto de fé.
E aí percebo que o índice “Dow Jones” não serve para medir meu prazer, nem mesmo o Ibovespa se presta pra isso. Que o frenético vai-vem das bolsas de valores, está totalmente alheio aos incertos e errantes movimentos dos habitantes deste planeta. E que a economia, a que fui apresentado, nos bancos escolares, como sendo a ciência que a administra a escassez de recursos com o objetivo de melhorar as condições de vida das pessoas, parece não dar conta dessa sua missão.
Mas agora é tarde, ou melhor, já é noite, e a noite sedutora, com sua magia e encanto, me convida a sonhar...
Muito legal!!!
ResponderExcluirassinado Dow Jones.