domingo, 27 de novembro de 2022

Filosofia chinesa...

Opostos em integração
não bipolares
pois não se alternam
só coexistem
como cabeça e coração

Sol e Lua
escuro da noite
claro do dia
trajada ou nua
tristeza ou alegria

Equilíbrio de razão e loucura
que destinos e amores mistura
antagonismos em harmonia
de forças e energia

Ligações passageiras
superficialidades banais
elos de vidas inteiras
mergulhos geniais

Fúria ou calmaria
intuição ou sabedoria
verso e reverso
ansiedade e euforia
igual ou inverso
dual como a poesia…

sábado, 19 de novembro de 2022

“Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”, Antônio Carlos Belchior

Esse rabisco eu estava devendo para mim. Mas só quis fazê-lo agora, sem dramas ou baixo astral, na boa, de modo catártico, numa espécie de hora da virada. Que confesso para vocês que eu nem bem sabia se um dia iria acontecer. Talvez devesse ter confiado mais em Deus e no meu histórico de superação. As sequelas físicas foram ruins, mas os traumas psicológicos foram punks. Aí vai o cronista de nosocômios...

Isso aconteceu em março do ano passado. Lá estava eu, derrubado, no box do banheiro, com meu currículo de atleta e tudo. Buscava ar e ele não vinha, do jeitinho que o genocida imitou na TV. Lembram? Quem estava do meu lado viu. E me ajudou!  Só que eu morri. Por 17 dias. Só não me perguntem como é o lado de lá. Decepção meus caros leitores, não me lembro de absolutamente nada. Branco total, memória apagada. Igual os computadores do Alvorada pós-eleição. Bom… eu prometi!

Renasci ainda chapado. Mesmo fora do coma, mas ainda na UTI, não sei o que foi verdade ou alucinação. A enfermeira bonita que encostava no meu rosto enquanto eu dormia. Os dois enfermeiros que tagarelavam enquanto um trocava o meu respirador e o outro a sonda da urina. Aliás eu detestava os dois, o respirador e a sonda. A reunião de pelo menos meia dúzia de médicos encapuzados em volta de mim falando coisas em javanês e me olhando como se eu fosse um ET. Talvez tivessem razão.

Naquele momento tudo parecia real, como meu desespero em ver o Xan ser abatido a tiros pelos seguranças do Nove de Julho quando tentava me resgatar, com sua moto voadora, do quinto andar do prédio. Eu tinha certeza de que era refém do hospital. Pode ser que até fosse, mas no terceiro subsolo. Andar blindado e isolado da UTI Covid. E o meu filho me garantiu que nunca andou de motocicleta voadora.

A bronca nos meus rebentos por não entrarem para me ver e ficarem conversando pela “janelinha” do estacionamento que, segundo minha moribunda concepção arquitetônica, ficava ao lado da UTI. Aquela que mal sabia eu ficava nas profundezas da batcaverna. Na verdade, eles estavam em casa e, por videoconferência, foi o primeiro "papo'' com o pai deles depois de 30 dias. Eles lembram de tudo que falei, eu só da "janelinha".

Eu me recordo é de ter falado com o Márcio, meu colega de BB, global officer, chique né!?, do Grupo Ímpar, controlador do hospital Nove de Julho, para negociar com o CEO do conglomerado a minha liberação do cativeiro da Peixoto Gomide. Vocês pensam que é fácil a vida de rabisqueiro, metido a cronista e poeta, na UTI? A usina não para!

Sim, foram muitas alucinações. Mas certas coisas de fato aconteceram. Como a minha queda da maca na porta do elevador da UTI. Enquanto o enfermeiro só virou as costas para mexer em não sei o que eu me levantei da maca, me apoiei nela, rodinhas destravadas, e caí sentado no chão. Ele de fato deu uma bobeada, mas nada que justificasse a admoestação que levou do hospital. Depois, já consciente, eu ouvi dele várias vezes que quase perdeu o emprego por minha causa. Zombetereismo dele à parte, aliás por isso eu o adorava, ele levou uma grande bronca dos meus “sequestradores”.

Depois desse episódio eu algumas vezes fui amarrado. Sim, pelos pulsos à grade da cama. Relaxem, com forte sedação associada. É procedimento padrão para refém inquieto. Aliás, isso deu origem a outra alucinação. Eles pensavam que me derrubavam com a sedação. Ledo engano, eu me lembro bem de ter falado para uma amiga do BB, que não sei o porquê apareceu, toda de branco, seca e penteada, na tela do meu monitor de sinais, para que ela pedisse aos caras para me desamarrar.

Outra “dura” da chefe, dela, levou a enfermeira que, já eu no quarto e consciente, me deixou ficar em pé sozinho, parado mesmo do lado da cama. Foi por insistência minha, bem-feito caí! Aliás ganhei com essas travessuras a pecha de irrequieto e rebelde. Olha que injustiça! Só faltava a Dona Genoveva ressuscitar ali também para falar “esse moleque tem bicho-carpinteiro”

Enfim, pro cabra que não tinha ar, morreu e ressuscitou barbarizando o nosocômio e depois, ao melhorar, não respirava sem aparelhos, não parava em pé, dormia com bota para neuropatia pós-covid, tomava banho sentado, usava fraldas e voltou a andar de andador, aquele troço pra colocar TV em cima, o que são os 18,4 minutos que o separam, provisoriamente, da sua melhor marca dos 10K? Oxi!

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

O Egito, o avião e o Bruxo…

Esse foi psicografado. O rabisco veio em 15 minutos. Se não ficou bom reclamem com o além! É bem verdade que Egito e avião me trazem recordações. Acho até que hoje uma linda egípcia deve ter se lembrado de um petista atrevido que numa noite das arábias invadiu o espaço aéreo dela. E pousou junto com ela! Como percebem o tal petista dela se recordou. Lá vai então o cronista aéreo…

É certo, também, que a coluna do Reinaldo Azevedo no UOL ajudou na crônica. Eis a transcrição de parte da matéria do Reinaldo: Apontem o tipo penal no qual incidiu Luiz Inácio Lula da Silva ao aceitar a carona no jatinho do empresário José Seripieri Filho, na viagem ao Egito, para participar da COP27, e talvez eu possa indicar algum caminho para que o presidente eleito responda por seu... Por seu o quê? Não havendo nada disponível no Código Penal, tentem a Lei da Improbidade Administrativa tão logo se descubra o cargo público ora exercido pelo petista e por que a viagem, por si, evidenciaria ser ele um homem ímprobo. Quem sabe se deva evocar a Lei 1.079, que pune crimes de responsabilidade... Coragem, valentes! Vistam uma camiseta amarela, caiam de joelhos, evoquem os demônios golpistas e proponham o impeachment de Lula antes da posse. Nem seria assim tão original — afinal, em 2018, ele foi, de modo muito particular, cassado antes mesmo de ser eleito.... O destaque sublinhado é por conta deste rabisqueiro.

Este trecho acima foi reproduzido da coluna de hoje do jornalista no UOL intitulada “Com questão fiscal e jatinho, quem tem “mau começo” é a imprensa, não Lula”. Feitos os justos, legais e merecidos créditos, ao que me parece a questão da viagem são águas passadas, ou seriam nuvens passadas? Enfim jatinho no chão vou seguir, por terra, para Sharm El Sheikh. Com certeza minha pilota predileta saberia a exata pronúncia.

Sem querer aborrecer meus bem-informados leitores, mas só a título de contextualização, destaco que a tal da COP27, não confundamos com a Copa da PJ Tite, Sonegador & Cia. Ltda. no Catar, é a 27ª sessão da Conferência das Partes, promovida pela Organização das Nações Unidas. O evento, realizado desde 1995, reúne os líderes de praticamente todos os países globais. Nos últimos anos, as COPs resultaram em alguns dos acordos mais importantes da história, como o Acordo de Paris, na COP21, e a criação do mercado global de carbono, na COP26.

Agora há pouco tive a oportunidade de ouvir, na íntegra, o pronunciamento de Lula no Egito. E como é bom termos um presidente de novo. Aliás, o Luiz Inácio inaugurou uma nova duração de mandato. De quatro anos e dois meses! Mas deixemos a piada de lado, senão algum rezador de muro de quartel dirá que por já ter iniciado seu mandato o Bruxo cometeu a tal da improbidade administrativa pela carona. Mas para esse bolsonarista eu parafrasearia o erudito filósofo Barroso: “perdeu Mané, não amola!”

Mas afinal de contas, o passado, futuro e presente presidente brasileiro mandou ver na COP. Falou de desmatamento, clima, desigualdades sociais, fome e cobrou os ricos! O Bruxo enfeitiçou Sharm El Sheikh, gostei desse nome!, e fez chover. Depois de 7 mil anos de civilização o Egito revê o renascimento da fênix…

sábado, 12 de novembro de 2022

O Mercado e o pobre do “teto”

O finado e ótimo Tim Maia, mago de lucidez embriagante, disse certa vez que “este país não pode dar certo. Aqui prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme, traficante se vicia e pobre é de direita”. Quem vai dizer que o síndico está errado, né Benjor? Não há o que por nem tirar ou deixar fora da frase! Nem a escada do rico, o pobre de direita!

Aliás é impressionante o expressivo número da espécie nas terras tupiniquins, pobres de direita por aqui gorjeiam aos montes. Pendurados em capôs de caminhões, cantando hino nacional para pneu furado, rezando em muros de lamentações de quartéis, fazendo ninho para obstruir rodovias, assembléias de rua para comemorarem a prisão do Xandão ou marchando embaixo de chuva sob o efeito de cloroquina. Pois aceitar o resultado das eleições nem a Cássia… Kis!!

E agora, diante da fala do recém eleito presidente, os “destros pauperis”, em solidariedade ao deusmercado vieram esbravejar sobre temas como teto de gastos e responsabilidade fiscal. É muito domínio do assunto, muita empatia com milionário! A verdadeira cruzada dos perus em defesa da ceia de Natal.

Sem querer dar aula de economia nem doutrinar ninguém, mas fazendo… Pensemos!! Independente de correntes neoliberal ou desenvolvimentista, para o pobre, tem ou não mais lógica um estado de maior participação e gastando mais na economia para corrigir os efeitos da concentração absurda de renda? A responsabilidade fiscal não deve levar em conta a responsabilidade social de um governo? 

Aí é difícil até fazer piada! A inacreditável falta de memória, inteligência e incrível suscetibilidade à manipulação, pela elite, da “destros pauperis”. Ô espécie! Senão vejamos nos 14 anos de governo do PT se deu o maior resgate de brasileiros da miséria e fome, impulso ao desenvolvimento econômico, educacional, em saúde e social das classes mais pobres. Isso tendo conseguido no governo Lula o “grau de investimento”, espécie de selo de bom pagador e de credibilidade para investidores pelas agências de rating. Essas são, em outras palavras, as “avaliadoras” ouvidas pelo deusmercado.

Aí vem a balela da corrente neoliberal de falar que estado forte com maior participação na economia e sem teto para gastar é sinônimo de corrupção e cabide de emprego!! Ah é? No Brasil ou em Portugal? Lá com governo socialista o povo vai bem obrigado! 

Aqui estamos saindo de 4 anos de um governo de extrema direita, com o estado mínimo do privatista do Pato Guedes e corrupção máxima do Clã bolsonaro e de seus cabides milicianos, evangélicos, e das áreas da saúde, educação, etc. Que deixam como saldo orçamento secreto de R$ 16 bilhões, rombo de R$ 400 bilhões, inflação em alta, 33 milhões de brasileiros famintos e 700 mil mortes por ação direta de um genocida.

Desculpem! Agora vou tomar meu chá de boldo… Ou quiçá um bom vinho italiano? Avanti Palestra, o campeão máximo sem teto de títulos!

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

O maior campeão do Brasil, a “minha” seleção das Perdizes!

Adoro futebol. Mas mesmo às véspera do inicio da Copa do Mundo meu ano futebolístico acabou. Aliás, em grande estilo hendecacampeão brasileiro! Isso para os aficionados de verbetes de origem grega. Para os amantes da origem latina das palavras é undecacampeão. Verdão também é cultura! E liderança. Pois dos 11 troféus brasileiros esmeraldinos quem chega mais perto são o Santos e o Flamengo com 8 títulos cada um. Isso se considerarmos a controversa Copa União de 1987 conquistada pelo time da Gávea. Não quero entrar nessa discussão, então dei o caneco nacional daquele ano para o Flamengo.

Mas nada obstante minha paixão palestrina considero que a principal conquista deste ano foi aquela obtida com o título eleitoral, agora em 30.10.2022. Numa só tacada derrotamos a seita seguidora do genocida, os alienados e os “isentões”, que diga-se de passagem são tão maléficos quanto o primeiro grupo. Só um bruxo carismático e estrategista para derrotar tanta coisa ruim ao mesmo tempo. E olhe que do lado lá teve todo tipo de falcatrua e armação, de revolver inclusive, desde compra de voto com dinheiro público até a “proibição” dos eleitores do concorrente do capitão votarem. Né PRF?

Dia desses rabisquei por aí que ganhar roubado é triste mas perder roubando é deprimente. E ainda não aceitar o resultado do seu roubo. O que falta para esse bando? Proibir o direito de ir e vir das pessoas. Ah desculpe, não falta nada! Bom, esse é um rabisco esportivo então calarei “democraticamente” o cronista político para dar vez ao cronista esportivo. Afinal este rabisqueiro político tem dado muito as caras ultimamente. Sujeito chato e briguento!

O Palmeiras hoje ao lado do Flamengo detém a hegemonia do futebol brasileiro. Senão vejamos de 2018 para cá, o Verdão levou o Brasileirão de 2018 e 2022 e a Libertadores de 2020 e 2021 e o time carioca levantou o caneco nacional em 2019 e 2020 e a Liberta em 2019 e 2022. Sem contar o Brasileirão do Palmeiras de 2016 e a Copa Brasil de 2015 e 2020. Ah, o Mengo levou a Copa do Brasil agora de 2022. De “intruso” aí só o Galo, com seus “mecenas” esportivos, com o Brasileiro e a Copa do Brasil de 2021.

Além da melhor estrutura profissional, econômica e financeira, ao lado do rubro negro, o alviverde possui a mais bonita e bem localizada arena esportiva da América Latina. Exagero de palmeirense? Quem a conhece sabe que não. A Arena não é do Palmeiras, dizem as más e desinformadas línguas. Errado, acreditem em mim!

Mas fica para outro rabisco falar sobre cessão do direito de superfície, por tempo determinado, do Clube à WTorre para reforma e administração da Arena, com bilheteria rateada e escalonada, também durante este período contratual, entre a construtora e o Palmeiras, de shows musicais e apresentações do Verdão, shows também né? (rs)  Ao final do contrato tudo volta ao maior campeão do Brasil. Este rabisqueiro participou, quem diria, da estruturação da operação financeira para WTorre pela Diretoria de Mercado de Capitais do Banco do Brasil. Mas afinal esta é uma crônica esportiva, política ou econômica?

Enfim voltando ao final do calendário futebolístico de 2022, para este torcedor, peço desculpas aos meus pacientes leitores, e respeito os entusiasmados, mas não consigo torcer para essa seleção de sonegador, bolsonaristas e isentos, ainda patrocinada pela CBF (Casa Bandida do Futebol) que até bem pouco tempo era presidida por um assediador sexual de funcionárias. Quem sabe na próxima Copa do Mundo, mas nessa serei um Ciro Gomes. Pronto, o camarada tinha que enfiar política no meio da história! Ou no final…