No vilarejo imaginário de Macondo, Gabriel Garcia Marquez ambientou a saga dos Buendia, em sua obra prima “Cem anos de solidão”. Excepcional retrato do povo latino- americano criado por esse escritor, jornalista e ativista político de esquerda, compatriota de Shakira, Fernando Botero, de Valderrama e do nosso palestrino-colombiano Yerry Mina.
Na cosmopolita Curitiba, escreve-se por outras mãos, locais, nacionais e de além fronteiras, sem o mesmo talento e ideais de Marquez, outra página triste da história política latino-americana. Hoje completam-se “Cem dias de reclusão” de um dos maiores líderes políticos de esquerda do continente. Preso desde 07 de abril de 2018, Luiz Inácio Lula da Silva cumpre pena pelo crime de ameaça letal ao establishment coxinha tupiniquim. Preso político!
Sem provas, sem apartamentos em Paris, sem helicóptero com coca, sem malas de dinheiro, sem gravações de propina, de ameaça de assassinato, sem liberação de verbas para barrar indiciamento, sem encontros secretos nos “porões” do palácio ou conspirações madrugadas adentro, enquanto os incautos trabalhadores dormem, sem nada, Lula é condenado. Acima do bem e do mal, ou abaixo deles, Lula é culpado. Julgado e condenado pela atual maior estrela da Rede Globo, com 100% de heroísmo no Jornal Nacional, o herói nacional, Sergio Marreco Moro, o conje mascarado!
Só não contavam que depois de 100 dias, o ex-torneiro mecânico, sindicalista e presidente da república, ainda representasse “perigo”. Pois sim, o sujeito que encheu a barriga vazia de 38 milhões de brasileiros, mesmo abatido, isolado, preso e calado ainda tira o sono da direita nacional. Como diria o compositor Clésio Ferreira em sua Revelação: “Quando a gente tenta de toda maneira dele se guardar sentimento ilhado, morto, amordaçado volta a incomodar..." Lula lidera qualquer pesquisa elaborada por essas paragens, de qualquer instituto, com seus inabaláveis 30%, arrebatando o “trono” no segundo turno.
E daqui cem anos, num “livro” de história, digital, cibernético ou de qualquer natureza tecnológica da época, reverberará mais esse soturno capítulo da política latino-americana, teleguiada por interesses de lá mais ao norte das Américas, a terra da CIA, aquela mesma que perseguiu, por sua filiação ao Partido Comunista e amizade com Fidel Castro, o genial autor de “Cem anos de Solidão”.
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