Tenho ouvido que deveria criar um podcast para falar de política, economia, história e literatura. Olha só que chique, podcast! Mas que história é essa? Sou mero rabisqueiro metido a poeta com tesão por trovas, lirismo e musas. E também arremedo de cronista do cotidiano, com fetiche por história e ciências econômicas, sociais, filosóficas e políticas, neste caso o fetiche vem com perversão comunista…
Sim, cursei economia e trabalhei a vida toda no mercado financeiro. E ainda não me afastei dele. Comecei a trabalhar nele por sobrevivência e não larguei mais. Também fiz letras mas para uso próprio não tenho a pretensão de ser professor. Até porque mestre em português de verdade é um tal torcedor do Juventus, da Móoca, com quem eu tive a felicidade de ter aula. O então desconhecido Pasquale Cipro Neto.
A minha profissão foi escolhida pela necessidade. Entrei no Banco do Brasil antes do que em qualquer faculdade. A Fundação, ou afundação, Gallucci precisava de um mantenedor. Cursar economia foi uma opção a partir do BB. Mas acabou sendo bom. Já para as letras fui porque me falaram, nas entrelinhas, que era o curso que tinha mais mulheres. Brincadeira, viram! Eu gosto de literatura!
E foi um assunto econômico desta semana, que também deveria ser jurídico e policial, o motivo da sugestão do podcast. Ao explicá-lo recebi, de novo, a tal dica. Como não intenciono, no momento, ressalva geminiana, criar o tal de podcast, que poderia ser o poeta comunista, o economista lunático ou o filósofo de Cuba vou tratar do assunto aqui mesmo. Até em caráter de desabafo! Sendo assim, lá vem o hoje cronista econômico de botequim.
Nos bancos escolares me apresentaram economia como a ciência que administra recursos escassos para o bem comum. Só que na visão econômica de alguns, essa ciência é para “experts” que tem escrúpulos escassos o suficiente para administrarem os bens comuns de suas bilionárias fortunas. O “mercado” e a escola neoliberal parecem não se abalarem com essa prática do modo como se “descabelam” quando se fala em extrapolar o teto de gastos do governo para matar a fome do povo. E o mercado tem cabelo? Sei lá... se não tem cabelo, tem peruca e maquiagem!
Que serve para “maquiar” balanços contábeis de grandes corporações, que têm ações em bolsa de valores, “criando” lucros artificiais, onde há prejuízo, para justificar a distribuição de bônus, juros sobre capital próprio (remuneração do capital do próprio sócio) e gordos pró-labores aos seus maiores acionistas.
O mais triste é que ao ser descoberta a fraude a situação não se resolve e até piora, pois o valor das ações da tal megaempresa derrete. Aí os pequenos acionistas veem seu modesto patrimônio virar pó. E o efeito dominó na economia e no mercado financeiro não para. A outra peça derrubada é o pequeno aplicador que, de perfil conservador pois é avesso a correr riscos, tem seu dinheirinho em fundos conservadores. Aqueles que têm em sua carteira de investimentos ações como as da mega e “sólida” empresa, aquela que dá lucro só no papel. Ah e no bolso de 2 ou 3 celebridades da Forbes, a “playboy” do neoliberalismo!
O dominó acabou? Infelizmente não. Além dos pequenos acionistas e micro aplicadores do mercado financeiro tem mais gente afetada. Para a megaempresa, que na verdade dá prejuízo, manter suas atividades operacionais ela precisa de recursos certo? Sim, e aí entraram os empréstimos bancários. Um terço da dívida da Americanas, ops da megaempresa, é CEF, BNDES, Banco da Amazônia, Banco do Nordeste e FINEP. Bom, concordata ou recuperação judicial deferida o mico cai no colo dos bancos públicos e da estatal de fomento de projetos com dinheiro público (FINEP) . Sim meu paciente leitor e cidadão brasileiro o prejuízo chegou em nós!
Política? Ah golpe militar não saiu porém o econômico sim! Mas como política e economia andam de braços dados, para o bem ou para o mal, ao “apagar das luzes”, precisamente dia 21.12.2022, o governo do genocida, aquele que compra vibrador no cartão corporativo, concedeu, via Caixa Econômica Federal, empréstimo de R$ 450 milhões à Americanas, do Brasil! Da Pátria, Deus e família, deles!
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