domingo, 22 de janeiro de 2023

O filho da mãe!

O Palmeiras deu férias para minha televisão. Desde o hendeca ando meio afastado da telinha. Acompanhei a Copa do Mundo de soslaio. Apesar de que tive um ímpeto nacionalista, calma não cheguei a vestir a canarinho, quando o Pombo deu as caras. Até porque ele era um verdadeiro oásis de cidadania naquele time. Mas acho que cortaram as asas dele. Afinal ele vinha se destacando mais que as grandes e legítimas "lideranças" do time. O sonegador e o tocador de pandeiro, que nas horas vagas estupra jovem espanhola em banheiro público.

É verdade que a Argentina de Messi e sua torcida empolgaram e protagonizaram contra a França de Mbappé a melhor final de Copa do Mundo que já assisti. As alternativas, chances e reviravoltas no placar de fato tornaram o jogo em confronto histórico. O título acabou premiando toda a carreira de Lionel Messi, que comemorou sob as bênçãos de Dio Dieguito. O argentino petista e fã do Lula. Lá vem… mano do Céu o assunto é Palmeiras, televisão, Copa do Mundo ou política??

Nenhum deles. O tema é Paulo Gustavo Amaral Monteiro de Barros! Se bem que por falar, de passagem, em TV, política e Argentina assisti “Argentina 1985” com o Darin, o papa do cinema portenho. O filme é espetacular. Meu sonho de consumo para o Brasil 2018-2022. Quem sabe? Uma ponte aérea Orlando-Bangu. Parei... por ora!!

Mas enfim, e mais importante, dia desses vi o documentário “Filho da mãe” que narra a trajetória do ator, diretor e roteirista Paulo Gustavo. A Dona Hermínia! Verdade, o Paulo é um filho da mãe! Com o talento da mãe, do pai, do filho e do Espírito Santo. Amém! Chorei de rir e chorei de chorar! Sim, algumas pessoas têm o talento de fazer isso com a gente!

Há uma matéria no curso de Letras chamada Linguística. Acho que cabe a definição aqui né? Pois nem todo mundo é louco a ponto de gostar de Letras! Aí vai… “linguística é a ciência que tem por objeto a linguagem humana em seus aspectos fonético, morfológico, sintático, semântico, social e psicológico”. Aprendi com um professor que na linguística o que conta é a perfeita comunicação entre o emissor e o receptor da mensagem, independente da forma como ela se processe.

O Paulo estabeleceu essa tal perfeita comunicação conosco, seus receptores de carteirinha. A sua “literatura” foi ao mesmo tempo simples e brilhante. Ele não foi militante mas assumiu, a partir da sua própria vida, corajosas posições políticas. Não foi filósofo nem sociólogo, mas a partir de um tema comum e cotidiano, a relação entre mãe e filho, fez uma profunda reflexão sobre as relações humanas. Com humor, inteligência e sensibilidade.

Além desses adjetivos, o documentário mostrou ainda um homem preocupado com as pessoas, solidário, carismático e generoso. O seu ar zombeteiro, também fora do palco, realmente era arrebatador. Pessoalmente me senti emocionado com algumas coincidências. Ele foi internado no mesmo dia que eu e tive alta dez dias antes da morte dele. Até recordei que quando eu regressava a este planeta, que mesmo eu grogue não me pareceu plano, pude acompanhar o final de sua luta pela vida.

Uma luta infeliz e injustamente perdida. Mas isso não invalida a sua batalha nem o legado que ele deixou. Fica a certeza que além do seu talento, brilho e generosidade, sua morte, como a de outras 700 mil pessoas vítimas da covid, não podem ficar impunes. Assim como a de índios, crianças e adultos, mortos de fome pela irresponsabilidade e perversidade do fujão, hóspede do ex-lutador e atual anfitrião de genocida, José Aldo da Silva. Anota aí Xandão!

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