domingo, 30 de janeiro de 2022

O Brasil, entre as vacinas e o fim da picada...

O ano de 2021 não foi dos mais auspiciosos para brasileiros, para uns por própria irresponsabilidade, para os demais por serem vítimas da escolha dos primeiros.

No caso deste rabisqueiro não foi diferente. Apesar do histórico de atleta fui alvejado, ainda sem vacina, por um covid devastador. Saldo 17 dias de entubação em 34 de internação. 

O falecimento do Seu Agripio, meu malvado favorito, também fez parte do meu 2021. Isso após 62 dias de UTI, com visitas e acompanhamento diário. Aliás, ano passado fiz residência hospitalar, com direito à várias especialidades.

Mas não quero me ater aos meus dissabores pessoais. Até porque o objetivo não é esse. Percebi que de uns tempos a esta parte tenho rabiscado só poesias. Então resolvi "cronicar" 

Afinal 2022 terá que ser o ano da virada. Começando pela política. Ressurgido e rejuvenescido, depois dos massacres e injustiças, o bruxo está de volta. Ganhar ele já sabe que ganhou mas precisa governar e há muito entulho a ser removido. Então deixemos ele "costurar" o seu vice. Afinal estratégia política e as coisas certas para o povo ele já provou que sabe fazer.

Precisamos, também, salvar a economia. Terra arrasada de assustar até quem não cursou essa ciência. A direita se superou ao eleger o fantoche miliciano com a ajuda do seu gado eleitoral, o tal da imbecilidade de rebanho.

Da cultura sobrou a burrice, ignorância e os cânticos de louvores mal louvados. Educação, desta então, só restou a sua absoluta falta.

Da saúde estamos vacinados!! Apesar "dele". Aliás tão incapaz que tudo a que foi contra acabou, por linhas tortas, dando certo. Um Dick Vigarista colecionando fracassos de suas "diabruras". É óbvio que o número de mortos e sequelados pela covid não  permite qualquer comemoração. Ainda que esse número pudesse ter sido maior se o genocida não fosse tão incompetente em colocar em prática seu "projeto".

Porém, sim deus é pelo brasileiro. O próprio brasileiro não é tanto assim, muitas vezes é seu maior rival. Até o fim da picada! Enfim o país sobreviver, ainda que arrasado e triste, a um lunático desse nível de insanidade, ignorância e maldade só por obra do divino!

Sempre irmã!

Primeiro cinco de fevereiro sem poder falar com você
pois mesmo sem a presença e a fala constante
nunca deixei de sentir você do meu lado
sincronia de quem é ligado mesmo distante
de quem vive junto ainda que desgarrado

Não foste minha irmã de ventre
mas eu me criei contigo
e se tua casa foi minha por circunstâncias
o seu amor sempre foi meu abrigo

Podia ficar meses sem te ver ou ouvir
mas nunca senti teu silêncio
e teu gesto sempre me foi presente
como aquelas coisas que não se ouve,
não se vê
só se sente

Independente e lutadora
justa e solidária
de personalidade forte
enfim, mais do que isso
é minha sorte
de ser, sempre, teu irmão postiço...
Minha rosa sempre azul!

Sofá, sala, quarto e cama...

Num desses escritos de outrora já rabisquei que passei infância e adolescência em sofás ora aqui ora ali. Conheço bem, ora pois, esse móvel que sempre cruzava meu caminho. Eles "imóveis" eu perambulando.

Aliás, diga se de passagem, os meus primeiros quarto e cama só vieram com minhas núpcias, verbete impoluto, esse né? Talvez isso explique o porquê de eu ser tão casamenteiro. Seria isso, meu caro Sigmund?

Alguns, até, julgam, mesmo sem toga, que não fiquei com ninguém e que tais relações não deram certo!! Veredito errado! Foram lindos e marcantes relacionamentos e deram muito certo todos eles. Tenho sorte, tive companheiras maravilhosas, que muito me amaram e também foram amadas. O não perdurar não apagou o brilho e o valor de cada uma dessas relações. Se alguma coisa deu errado foi culpa da impulsividade e inconstância romântica dum poeta geminiano. Coisas do passado!

Mas voltando ao sofá, um agora solitário no pequeno apartamento de um quarto. Esse ai me remete à gula vendedora das lojas de "pesadelos". Que, sem cerimônia e escrúpulo, parcelam em 90 vezes, a juros extorsivos, os sonhos de errantes velhinhos de quase 90 anos. Mas o troco vem, via calote!

Porém longe de seu sofá de crediário, eu só sonho que meu malvado favorito descanse em paz, de preferência, numa cama celestial ao lado de sua amada...

sábado, 29 de janeiro de 2022

Lua, insônia, subversão e soneto...

Se o verso me traduz
a rima é imperfeita
ainda assim o soneto conduz
a inspiração refeita
que rebelde, subverte a métrica
já o ritmo, cativo, concorda
com a estrofe assimétrica
e a poesia transborda...

sábado, 22 de janeiro de 2022

Simples como as crianças


Preconceitos camuflados, discriminações dissimuladas
deslealdades sutis e mentiras descaradas
fórmulas impróprias de receitas discutíveis
belezas decorativas, conteúdos vazios com rótulos perecíveis


Porém... restam os sonhos deslumbrantes
escondidos em fragmentos de poemas
de renascidas esperanças
inspiradas na pureza das crianças...

reCORTE

A dor que agora lateja
ainda que ninguém saiba
e muito menos veja
quiçá porque só a mim caiba
assimétrica assim
começa e parece não ter fim

Vídros, pedras, obstáculos
na terra, areia ou asfalto
cravados nos pés, braços e até tentáculos
tudo passa menos ela, agora impregnada no tato, visão e olfato

Mas nem esses nem todos os sentidos
adormecem pés e cabeças, que ora latejam
pois ainda que se achem perdidos
talvez não bem assim os estejam...