quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

O Natal da porta da frente...



O porteiro de plantão da nação brasilis disse certa vez, durante um lauto café da manhã com a imprensa que cobre a "portaria da frente", que falar em fome por essas paragens é uma grande mentira. "Quando muito alguns comem mal" acrescentou o "estadista" das milícias e dos cidadãos de bem.

Mais uma vez mostrando sua fluência e domínio em diversos assuntos, o porteiro bozo, diagnosticou que o problema dos miseráveis é que não sabem se alimentar. Ora veja que absurdo isso em tempos que não faltam informações sobre alimentação saudável e qualidade de vida!

Sim, pois para quem monta belas árvores de Natal e fartas ceias em nome de Jesus, o menino pobre, e joga água fria nos indigentes amontoados nas calçadas, comer mal deve ser mesmo coisa de não quem sabe se alimentar direito. Aliás também de gente que não quer trabalhar pois emprego não falta!

Provavelmente no Natal essa ignorância alimentar da gentalha, talvez vermelha e petralha, uma vez mais se manifeste, na escolha de lombos, pernis e de outras carnes, que o ilustrado porteiro e seus auxiliares de portaria conseguiram tornar mais valiosa que ouro. Ah esse preço da carne vermelha, claro coisa de comunista!

E quem acha que não está bom creio que se fizer arminha melhore. Afinal a portaria da frente faz sua parte, acoberta e endossa atos terroristas contra os seus desafetos bem humorados e extermina os vermelhos, de modo Franco e direto, confome revela um outro porteiro menos cotado.

E assim diante desse espetáculo de mediocridade, burrice, truculência, canalhice e hipocrisia, o Cristo deve se sentir desconfortável no presépio da casa do cidadão de bem e deve, creio eu, preferir sair pela porta dos fundos.

O BB e o BB, desculpem, mas o BB. A crônica privê…

Depois de mais de 30 anos estou saindo do BB. Nenhuma relação da minha vida foi tão longa. Eu o deixo, porque quero e por ter chegado a hora, mas o amo. O BB foi para mim sinônimo de luta e superação. A história da minha vida, da qual me orgulho, quem me conhece sabe. E a opinião e a amizade de centenas de companheiros que fiz dentro do banco e no sindicato são as que me valem.

O BB que eu sou apaixonado não é esse de Rubem Novaes e do seu medíocre e entreguista chefe, que menosprezam e desvalorizam seus funcionários e seu povo, respectivamente. Nem o de chefetes que tratam gestão de pessoas como mecanismo de seu próprio carreirismo.

Saio de cabeça erguida pois nunca me curvei aos desmandos desses dejetos corporativos, isso sem deixar de ser dedicado, comprometido e eficaz. Mesmo não abrindo mão de meus princípios consegui, de alguma forma, ser reconhecido e progredir dentro da estrutura de cargos da empresa. Ao gerenciar pessoas aprendi mais com elas do que nas graduações e pós-graduações que cursei.

Petista assumido nunca fui menos profissional por isso, pelo contrário. Em nada me beneficiei por sê-lo nos governos do PT. Da mesma forma que as minhas atividades sindicais, greves, crenças e convicções não me impediram de chegar até aqui, mesmo tendo enfrentado pressões em governos, digamos assim, neoliberais (Sarney, Collor/Itamar, os de FHC e Temer). No atual, sem comentários...

Mas excrecências passam e o BB fica. E eu, agora, passarinho. O BB que eu amo é o das escolas desenvolvimenta e Keynesiana não o das monetarista e neoliberal. É o BB fomentador do crédito agrícola para os pequenos agricultores, para quem o banqueiro privado não tem muito “apetite” para emprestar seu estimado dinheirinho. O Banco que apoia o desenvolvimento do micro, pequeno e médio empresário e o seu efeito gerador de emprego.

O BB que dá suporte para os investimentos das grandes empresas nacionais em infraestrutura e produção, seja via crédito bancário ou mercado de capitais. O Banco que eu amo tem papel e função social no desenvolvimento econômico do País com distribuição de renda, como fizeram Lula e os governos do PT. Enfim eu amo o nosso BB não o BB deles!

O BB que eu amo é o que fez D. Eudette chorar de emoção ao saber que seu moleque, que aos 13 anos (sempre o 13!) já tinha trocado a rua pelo batente, havia passado no seu concurso. Nunca minha mãe foi tão minha! O BB que eu amo me deu condições para, entre outras coisas, dar um final de vida digno pra ela. Fica em paz mãe!