Após o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, uma onda neoliberal inundou o Brasil tal qual um tsunami. A guinada à direita foi tão grande que quase morremos afogados num mar de extrema-direita.. E isso não foi por acaso! O golpe estava aí, acreditou ou ainda acredita, pior ainda, quem quer…
Eu peço, desde já, desculpas aos meus fiéis leitores, mas vou precisar falar de política, de novo! Afinal relações trabalhistas, sociológicas, de mercado e economia, compra ou não de vacinas, ocupação de UTIs cinematográficas e tudo mais que vocês pensarem, até a cor da camisa da seleção brasileira, passa pela análise de decisões das ciências políticas.
É fato que o fenômeno “direita volver” não é privilégio do Brasil. E têm mais de uma explicação, de acordo com questões geopolíticas. Essas questões que envolvem a análise da inter-relação entre a geografia, história, política e economia de cada país ou região, influenciam a posição deles no cenário internacional.
No caso da Europa o recrudescimento da extrema-direita se deve à reação dos nativos, populações estáveis economicamente, às correntes migratórias de refugiados de guerra e populações carentes vindas do Oriente Médio e África. O cidadão europeu se sentiu ameaçado por esses imigrantes “indesejados”. Dessa forma, lá na Europa a extrema-direita navega nas ondas da xenofobia.
Os EUA apresentam outro figurino de extrema-direita. Lá temos um país de dimensões continentais no qual convive parte da população progressista e desenvolvida, como de Nova Iorque, Washington, Califórnia, Los Angeles e Seattle com outra, conservadora e de direita, dos estados do meio oeste, como o Texas, Virgínia, Missouri, Kansas e outros. Enfim o norte-americano médio tem a prepotência de quem se acha o xerife do Planeta. Nacionalista e conservador elegeu duas vezes o maior representante de extrema-direita do planeta, Tio Donald Trump. Eleito, diga-se de passagem com o apoio maciço dos novos ricos das Big Techs.
Finalmente outro modelo de extrema-direita é o brasileiro. Aqui a elite conservadora manipula o povo, via mídia patronal e nichos como os da Faria Lima, do agronegócios, dos grandes rentistas e dos grupos religiosos. Esses se articulam para fazer das classes menos favorecidas massa de manobra. Nesse quesito encontramos nas terras brasilis uma espécime rara, a do pobre de direita, destros pauperis.
Por aqui, a direita após golpear Dilma, instituiu a reforma trabalhista do “patrão”, na gestão do vampiro Temer e depois da previdência na indigestão do genocida. A reforma trabalhista "flexibilizou" direitos trabalhistas através da precarização das relações de trabalho. Criaram a figura do “pejotizado”, contratado via CNPJ. A esses “autônomos” venderam a tese de que o valor que seria economizado com o não pagamento dos direitos trabalhistas seriam revertidos na forma de maiores ganhos para o pejotizado.
E ainda esse novo empreendedor seria “dono do próprio nariz”. O mesmo que se ele quebrasse ao cair da bicicleta “alugada” para entrega do IFOOD não teria previdência social, seguro saúde, licença-saúde para custear o reparo nasal, da bike de terceiros, nem o custeio no tempo parado.
Na verdade, a ultra e maquiavélica direita local “criou” a reforma trabalhista apenas e tão somente para desonerar o caixa do empregador das obrigações trabalhistas, sociais e previdenciárias e vendeu ao trabalhador a ideia de que ela seria para beneficiá-lo. Você acreditou? Eu nunca, mas há quem acredite nisso até hoje. O bordão passou a ser “ABAIXO A CLT”. E não faltam coaches para “venderem a ideia”. Junto, é claro, com uma aposta na “betzinha”.
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