sábado, 24 de maio de 2025

Frankenstein e o jovem time de neurocirurgiões… A Saga!

Minha avó, dona Genoveva, dizia que “quando a cabeça (juízo) não ajuda as pernas que sofrem”.  Só que às vezes a cabeça também padece. Do meio do ano passado para cá passei a ter frequentes e cada vez mais fortes dores de cabeça. Quando finalmente resolvi ir ao médico, ele diagnosticou como enxaqueca. Segundo ele, a insônia crônica seria um dos seus gatilhos.

Depois de muitos remédios e pouco resultado, o médico pediu uma ressonância magnética do crânio e da cervical. Só achei que faltou das pernas… Enfim feito o exame, uma surpresa. Tinha um tumor entre primeira e segunda vértebra, na ligação da cabeça à coluna cervical. Bom estava explicado, um parafuso a menos e um tumor demais. Fui encaminhado a um neurocirurgião. Só o título já dava “frio na espinha” ou vertebras...

Por indicação fui ao hospital anexo à Santa Casa de Sampa. Médico e hospital atendiam meu convênio. Pesquisei currículo, 70 anos de idade, professor e doutor pela Santa Casa. A consulta, dia 18.12.2024, foi tensa. Mas tudo bem, os cirurgiões são frios, como exige a especialidade e então relevei. Mesmo quando ele disse, secamente, o que eu estava esperando para operar? Ficar paraplégico? pois, segundo ele, o tumor estava “colado” na medula óssea. Ou morrer de falta de ar? pois o tal de bulbo poderia ser afetado pelo tumor! Falei que não estava esperando nada para operar, estava ali para isso. E ele “decretou” que teria que ser já no começo de janeiro. Como refresco ganhei a informação de que 90% desses tumores são benignos.

Usei contatos no Banco do Brasil, sindicato e o gerente regional do meu convênio conseguiu em tempo recorde a autorização. A cirurgia foi marcada para o dia 24.01.2025. Fui informado que o procedimento estava autorizado e que apenas o consultor médico do convênio, estava tentando um contato com o neurocirurgião, e que isso era praxe, para esclarecer alguns pontos de uma extensa lista de 35 materiais que ele tinha solicitado. Tinha broca, mandril e parafuso. Creio eu que ele gostaria de colocar o que estava faltando.

Cheguei a ir pessoalmente ao hospital Santa Izabel, falei na recepção, internação e ouvidoria. Expliquei que o convênio não tinha resposta e que, por favor, me fornecessem o celular do médico, aquele catedrático que tinha dito que a cirurgia era grave e urgente. O máximo que consegui foi a informação da ouvidoria do nosocômio de que “o ““profissional”” teria afirmado que não daria qualquer explicação para o convênio e que só operaria nas condições exigidas por ele”.

Diante da negativa do médico, em apenas conversar, o convênio teve que cancelar na véspera da cirurgia, dia 23.01, a autorização. Porém, tive a promessa do gerente regional da Cassi (convênio) de transferir a autorização para o médico e hospital que eu indicasse, conveniados, é claro!

Longa a história, né meus pacientes leitores? E creiam é uma sinopse da saga, a que me levou de volta ao hospital Nove de Julho. Aquele no qual, em 2021, eu tinha nascido de novo depois de 40 dias internado, 30 dias na UTI, sendo 17 entubado. Tudo isso pela negação da vacina contra covid pelo genocida. 

Na consulta no “9J” com o jovem neurocirurgião de 34 anos, que me havia sido sugerido, me senti à vontade para perguntar o que causava aquele tumor. Ele respondeu que era uma “aleatoriedade celular” que podia ocorrer com uma criança ou qualquer pessoa.

Finalmente, realizada a cirurgia em fevereiro, noticiei a alguns amigos. Mandei junto uma foto do pós cirúrgico via whatsapp. Aliás recuperação bem punk, de novo! Mas enfim, como resposta de um deles recebi o seguinte comentário do zombeteiro Zé Reinaldo, “Vivas meu camarada, que bela notícia que tudo deu certo na cirurgia, você tá “bonitão” parecendo o Frankenstein”. Pronto, zombeteirismo conectado!

Sim o Frankenstein do Brás não o de Nápoles, teimoso e irrequieto, havia nascido pela terceira vez pelas mãos de meia dúzia de jovens neurocirurgiões, num “parto”, de mais sete horas, comandado pelo Dr Thales Bhering Nepomuceno, que nas horas vagas toca, ao piano, “Valsinha” de Chico Buarque. Tudo a ver né, meu Mestre?

sábado, 17 de maio de 2025

il poeta è nato l'uomo è creato

De quando em vez sonho em poesia
mas desperto, atento, em prosa e pira
assim…bem mais chumbo do que lira
puro pragmatismo menos fantasia

Mais concreta a prosa reflete o dia a dia
é urgente, por isso pragmática e imprescindível
trata de injustiças de barriga vazia
e, mesmo toda prosa, muitas vezes é triste
mas necessária, ela, com humor e ironia, ainda insiste!

A prosa é compromisso com a vida
com as ruas, as pessoas, tudo que é social e externo
A poesia, menos discreta, não está na lida
perdida no mundo interno
talvez nem ao alcance de qualquer um

Textos e versos, até podem se completar
ainda que possa não ser essa a intenção
uma ruidosa na alma outra silenciosa no ar
prosa é cura poesia é salvação…

quinta-feira, 1 de maio de 2025

O Dia do trabalhador, o vampiro e a reforma trabalhista...

Após o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, uma onda neoliberal inundou o Brasil tal qual um tsunami. A guinada à direita foi tão grande que quase morremos afogados num mar de extrema-direita.. E isso não foi por acaso! O golpe estava aí, acreditou ou ainda acredita, pior ainda, quem quer…

Eu peço, desde já, desculpas aos meus fiéis leitores, mas vou precisar falar de política, de novo! Afinal relações trabalhistas, sociológicas, de mercado e economia, compra ou não de vacinas, ocupação de UTIs cinematográficas e tudo mais que vocês pensarem, até a cor da camisa da seleção brasileira, passa pela análise de decisões das ciências políticas. 

É fato que o fenômeno “direita volver” não é privilégio do Brasil. E têm mais de uma explicação, de acordo com questões geopolíticas. Essas questões que envolvem a análise da inter-relação entre a geografia, história, política e economia de cada país ou região, influenciam a posição deles no cenário internacional.

No caso da Europa o recrudescimento da extrema-direita se deve à reação dos nativos, populações estáveis economicamente, às correntes migratórias de refugiados de guerra e populações carentes vindas do Oriente Médio e África. O cidadão europeu se sentiu ameaçado por esses imigrantes “indesejados”. Dessa forma, lá na Europa a extrema-direita navega nas ondas da xenofobia. 

Os EUA apresentam outro figurino de extrema-direita. Lá temos um país de dimensões continentais no qual convive parte da população progressista e desenvolvida, como de Nova Iorque, Washington, Califórnia, Los Angeles e Seattle com outra, conservadora e de direita, dos estados do meio oeste, como o Texas, Virgínia, Missouri, Kansas e outros. Enfim o norte-americano médio tem a prepotência de quem se acha o xerife do Planeta. Nacionalista e conservador elegeu duas vezes o maior representante de extrema-direita do planeta, Tio Donald Trump. Eleito, diga-se de passagem com o apoio maciço dos novos ricos das Big Techs.

Finalmente outro modelo de extrema-direita é o brasileiro. Aqui a elite conservadora manipula o povo, via mídia patronal e nichos como os da Faria Lima, do agronegócios, dos grandes rentistas e dos grupos religiosos. Esses se articulam para fazer das classes menos favorecidas massa de manobra. Nesse quesito encontramos nas terras brasilis uma espécime rara, a do pobre de direita, destros pauperis. 

Por aqui, a direita após golpear Dilma,  instituiu a reforma trabalhista do “patrão”,  na gestão do vampiro Temer e depois da previdência na indigestão do genocida. A reforma trabalhista  "flexibilizou" direitos trabalhistas através da precarização das relações de trabalho. Criaram a figura do “pejotizado”,  contratado via CNPJ. A esses “autônomos” venderam a tese de que o valor que seria economizado com o não pagamento dos direitos trabalhistas seriam revertidos na forma de maiores ganhos para o pejotizado.

E ainda esse novo empreendedor seria “dono do próprio nariz”. O mesmo que se ele quebrasse ao cair da bicicleta “alugada” para entrega do IFOOD não teria previdência social, seguro saúde, licença-saúde para custear o reparo nasal, da bike de terceiros, nem o custeio no tempo parado.

Na verdade, a ultra e maquiavélica direita local “criou” a reforma trabalhista apenas e tão somente para desonerar o caixa do empregador das obrigações trabalhistas, sociais e previdenciárias e vendeu ao trabalhador a ideia de que ela seria para beneficiá-lo. Você acreditou? Eu nunca, mas há quem acredite nisso até hoje. O bordão passou a ser “ABAIXO A CLT”. E não faltam coaches para “venderem a ideia”. Junto, é claro, com uma aposta na “betzinha”.