Outro dia almocei em companhia de duas jovens e talentosas funcionárias da empresa em que trabalho. As senhoras XYZ e YZX. Aliás, o senhor ZYX completava a nossa mesa. Se a refeição foi num local trivial, os assuntos não o foram. De a A a Z versamos sobre a mais variada gama de temas. Dos mais leves até os mais indigestos. Vou me ater a um deles. A reinvindicação de ambas de que precisariam de meia hora da segunda-feira, preferencialmente na parte da manhã no horário comercial, para manterem as unhas das mãos pintadas e em bom estado de conservação.
Achei bastante razoável o pleito. E fui mais além, disse que os pés e suas unhas também mereciam a mesma atenção, ainda mais no verão. Noto que hoje é muito comum as moçinhas calçarem rasteirinhas e mesmo havaianas (não cobrarei pelo “merchan”) no trajeto até o trabalho antes de subirem no salto. Eu, particularmente, acho um hábito saudável, mas que exige das moçoilas cuidado redobrado com os pézinhos.
Cheguei a sugerir a minhas colegas uma manifestação na Av. Paulista para reinvindicar esse direito. Pauta pertinente para o bom desempenho profissional dessas valentes trabalhadoras de dupla jornada. Seria importante, também, para manter o status de “manifestódromo” da avenida mais democrática de Sampa. Dia desses houve uma manifestação aqui na Paulista contra o governador do Rio de Janeiro, o Cabral. Mas será o Benedito?
Aliás, manifestante de outros carnavais, bem mais cinzas, não resistirei a uma observação. Esses movimentos difusos e acéfalos terminaram do mesmo jeito que começaram, sem dizer a que vieram e para aonde queriam ir. Mas enfim bateu saudades do shopping center, do Playstation 9, do Mac Donald´s, de outras “azarações” e das férias de julho na Disneylandia na galerinha do Iphone...
Mas voltemos ao tema central do meu almoço comercial, os cuidados estéticos da mulher trabalhadora. Apesar de boa e defensável, fiquei pensando se essa ideia do pit stop estético nas manhãs das segundas-feiras não provocaria um grande reboliço nos salões de beleza. Introduziríamos um grande e novo pico sazonal no segmento. E o exército de manicures que seria necessário para dar conta dessa demanda! Aliás, uma curiosidade acerca dessa profissão, manicure “fazer os pés” é desvio de função?
Mas tudo isso é contornável e não pode inviabilizar a justa reinvindicação. Afinal, a presença da mulher cresce no mercado de trabalho. Elas galgam postos de comando e estratégicos, e elegância, charme e feminilidade combinam sim e muito bem com talento, sensibilidade e inteligência. E convenhamos, se até os “bolinhas” estão se cuidando mais e melhor porque as “luluzinhas” deveriam deixar de fazê-lo? Meninas, à Av. Paulista !!!
Assunto muito pertinente e interessante, parabéns
ResponderExcluirEu adorei a idéia de reivindicar minha meia hora para cuidar das patinhas... Vou aderir à passeata....rsrs...
ResponderExcluirMuito bom!
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