sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Estojo Mágico

Um delicado estojo. De veludo vermelho. Nele ali guardado valioso tesouro. Misterioso, ambíguo e encantador. Natural e burilado. Sofisticado ou banal. Indispensável tal qual o bônus da sua ausência ocasional.
Os pensamentos!

Ali, no relicário, repousam. Deixados de lado, saudável e temporariamente, junto com suas expectativas, projetos, sonhos, delícias, temores, angústias e aflições. Com sua inteligência, astúcia e talento, arrogância, estupidez e ignorância.

A joia ali guardada, os pensamentos, é o exercício da razão. Nela sofrimento ou felicidade não são espontâneos, são produtos de análise e reflexão. Diretas ou na contramão. 

Esse inventado depositário seria uma espécie de descanso do exercício mental. Um oásis de sanidade. Longe da apologia da alienação, apenas revigorante abstração. Um ópio... 

Enquanto ali deixados  seria a mente governada pela simples contemplação. Desprovida de conceitos e rotulações. Apenas criativo ócio mental.  Disruptivo e desconectante. Bruto e brilhante.

Sem passado, sem futuro, só presente. Sim o estojo mágico seria o presente impensável para a mente...