Na qualidade de ex do BB, calma ex do Banco do Brasil, eu sei bem a relação fiel e secular que ele tem com o agricultor. E digo agricultor porque o BB já se relacionava com o agronegócios desde antes do agro ser POP. Aliás POP pra quem, cara pálida? Depois que a agricultura se industrializou, virou latifúndio, qualquer Bradesco, Itaú ou “coirmão” privado deles passou a botar o rico e estimado dinheirinho de banqueiro particular no negócio.
Quando o crédito rural era o de mais alta inadimplência da economia, causada principalmente pelos riscos que os antigos agricultores corriam, os banqueiros do “mercado” não tinham muito apetite pelo agro. Sujeito a chuvas e trovoadas, o segmento agrícola penava para pagar suas dívidas. Qualquer perda ou diminuição de safra era falta de recursos para pagar os empréstimos. A imprevisibilidade e falta de informações climáticas, ainda sem os recursos que temos hoje de previsões via satélite, além da ausência da moderna tecnologia, que agora há, deixavam o pobre do produtor ao Deus dará. E olha que Ele, de um jeito ou de outro, dá! Já o banqueiro privado…
Além disso, os baixos spreads, “lucrinho” do banqueiro, antigamente praticados no crédito rural não motivavam muito Setúbals, Aguiares, Moreiras Salles, Safras, Villelas e famílias a serem parceiros de crédito do agro. Pois a inadimplência elevada e, em especial, juros baixos nunca combinaram muito com o gosto do mercado bancário privado, né Campos Neto?
Mas para que todo esse intróito, ô cronista de botequim vizinho do banco? É… só para falar que a Agrishow, tradicional feira internacional de tecnologia agrícola, realizada anualmente no interior do estado de São Paulo, não terá esse ano o histórico e antigo patrocínio do Banco do Brasil. Em 2023, o evento, que movimenta muito dinheiro, com produtores rurais, agroindústrias, produtores de insumos, fertilizantes, pesticidas, fabricantes de máquinas do setor, não terá o Banco que cuida do setor desde o tempo das vacas magras, literalmente.
Entendam, meus pacientes leitores, que não se faz aqui apologia ao setor agrícola arcaico e superado. Não! O segmento, assim como todos os outros e a vida, enfim, precisa de alta tecnologia, ciência, robôs, máquinas e produção com ganho de escala, até para baratear o custo do alimento para a população. Só não combina com modernização, coisas como desmatamento, agressão ao meio ambiente, corrupção política, trabalho escravo, terras improdutivas, concentração de renda, fome e nem assassinatos de ambientalistas, indígenas ou de quem o POP não perdoa! Né, MST?
E essa banda podre do agronegócio, o POP, não gosta do tal de Lula, aquele senhor comunista que está na presidência da República. E em pleno exercício do mandato dele, legitimado pelas urnas, a Agrishow perdeu o patrocínio do BB. Pois o comando POP do agro, agora em 2023, preferiu “desconvidar” o Lula, o daquele planalto sem emas nem carpas, para poder convidar para o evento, prazerosamente e sem constrangimentos, o genocida, ladrão de jóias, de pobre, de trabalhador, de orçamento público, entre outros crimes. Questão de identificação, presumo eu.