sábado, 14 de setembro de 2019

O estranho mundo dos cidadãos de bem

Dia 7 de setembro. No Brasil, os cidadãos de bem, patrióticos, vestem verde e amarelo para comemorar o aniverśario da independência! Parece até que durante as festividades o messias deles procurou a bandeira dos EUA para bater continência.

Aliás, diga-se de passagem, os cidadãos de bem se apropriaram, até suas vísceras, do verde e amarelo de modo que o deixaram de uma tonalidade meio amarronzada. Mas deixemos esse aspecto de lado, pois não sei se hoje é dia sim ou não para o exercício de necessidades dessa natureza.

Os cidadãos de bem são conduzidos pelos cidadãos de bens. Longe de mim qualquer ilação de que os cidadãos de bens não são cidadãos de bem. Até porque bens à parte todos os cidadãos de bem são de bem. E não digam que isso é maldade minha!

Os cidadãos de bem compram armas para terem paz. Se bem que nem todo cidadão de bem tem bens para comprar armas. Mas tudo bem seus bandidos e milicianos de estimação as têm.

Os cidadãos de bem, frequentam, religiosamente, as missas e cultos dominicais. Fora isso têm também o dia de ação de graças. Mas como ninguém é de ferro, o resto do ano, de segunda à sábado, costumam praticar atos que até Deus dúvida.

Os cidadãos de bem costumam chicotear jovens negros que roubam chocolate e dão carta branca para seus condutores neoliberais tirarem doce, e salgado, da boca de criança pobre todo “santo” dia.

E por falar em famintos, os cidadãos de bem prenderam o “ladrão” que matou a fome de 36 milhões de pessoas, brasileiros que não usam verde e amarelo muito menos black-tie. Mas para os cidadãos de bem ladrão é ladrão, provas à parte.