A Av. Paulista anda diferente. Isso porque os que andam por ela têm andado diferente. Seja no calçado, na calçada ou na “ciclofaixa”, ora em fase de implantação por essas bandas. Aqui cabe uma explicação técnica, a “ciclovia” é o espaço, separado fisicamente, para o tráfego de bicicletas, já a “ciclofaixa”, modelo adotado em Sampa, trata-se de uma das faixas de rolamento da avenida, pintada no chão, com “olhos de gato” ou “tartarugas” de sinalização. Eu, particularmente, prefiro mais gatas e lebres na pista.
Os verões cada vez mais rigorosos, o trânsito mais caótico, o Metrô mais abarrotado e a crescente e louvável preocupação com a saúde física, da coluna, coração, pés e circulação, têm mudado a forma de andar do paulistano. Percebo isso aqui na Paulista, espécie de vanguarda de tendências, referência e catalisadora da cidade.
Não pretendo entrar na discussão sobre a viabilidade e prioridade das ciclofaixas, até porque isso remeteria para uma discussão política, e para ambas tenho opiniões e posicionamentos bem definidos, mas acredito não seja esse o melhor espaço para externa-los. Até porquê, meus pacientes leitores, quero falar mais sobre os pés do que a respeito das rodas, sejam elas de bicicletas, ônibus, carroças, carros ou da máquina pública, seja ela estadual (PSDB) ou municipal/federal (PT). Pois esse assunto me dá sede!!!!
Fico impressionado com a quantidade de rasteirinhas, sandálias de saltinho, abertas e/ou escancaradas e “havaianas” (o merchan é inevitável) que desfilam nos pés femininos aqui pela Paulista e pela linha Verde do Metrô. Elas conectam às ruas e conduções aos escritórios e representações, quando são substituídas pelos sisudos, mas elegantes, sapatos e sandálias de salto 15!!
Aí cabe um alerta, meninas! De todas as idades! Pés e unhas bem cuidados são fundamentais. Como diria um cáustico amigo, calcanhar tipo queijo faixa azul (de novo merchan) é inadmissível. E as unhas, a lá francesinhas, sem esmaltes ou com estes mais claros. Com o vermelho, por favor sem preconceito!!, com o azul Suvinil (olha o merchan aí) ou mesmo com os 50 tons escuros, apesar de que, cá entre nós, mais parecem dedos pisados.
Já os meninos, no seu trajeto, misturam paletó e gravata com tênis e mochila. Descolada, confortável e bem humorada composição. Pois enfim, em tempos bicudos como esses, a pé sobre rodas ou trilhos parece que manter pés e cabeças arejados e saudáveis mais do que moda é uma questão de sobrevivência...